domingo, 21 de dezembro de 2008

Tacógrafo

Você deu uma piscada e pá! Acabou 2008. Felizmente para uns, nem tão bom para outros, o que fica de certeza é que não é o mundo, a economia, o efeito-estufa e todas as outras teorias apocalípticas que conspiram contra nós. É o tempo! Ele é que é o nosso maior algoz. É essa onipotência que nos faz tão pequenos, apesar das grandes conquistas pessoais ou da humanidade. Sabe por quê? Por que a história terá que ser contada. E quando for contada, nossas glorias ou frustrações, serão como fábulas. Infelizmente não poderemos ver a fascinação daqueles que lerão sobre nossos feitos. Alguém contará, registrará para a eternidade (olhaí a onipresença do senhor dos relógios) e nós não estaremos lá para confirmar.
Talvez a opção dos povos por acreditar em um ser superior e divino para explicar a maioria das coisas que não percebiam fosse talvez a maneira encontrada para explicar a finitude da vida frente ao flagelo dos dias que se vão, e às noites que virão. Somos frágeis neste planeta que chamamos Terra e insignificantes diante os projetos do universo. Nossa existência não equivale, talvez, a um segundo no tacógrafo da eternidade.
Um segundo
Pois os cientistas resolveram acertar os relógios do mundo e ganhamos um segundo em 2008. O que faremos com este providencial segundo? E se eu tivesse gastado este tempo antes? Meu Deus! Agora teria que devolvê-lo...
Vou pensar no que farei com este segundo a mais em minha vida. Talvez utilize para as minhas resoluções de Ano Novo... Não! Não vou gastar um segundo que me deram, para usar este ano pensando no ano que ainda virá. Vou gastá-lo com coisas que me dêem resultado ainda em 2008! Putz... Acho que já estou gastando tempo de mais pensando nisso.
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Assunto mais sério
A notícia de que um homem teria se enforcado na Santa Isabel, na quarta-feira, me chegou pelo celular e imediatamente liguei para o Carlos Dickow que acionou sua equipe aqui no DV para cobrir o lamentável incidente.
Mais lamentável é que no outro dia, algumas pessoas que presenciaram a cena diziam que “dava pra ver ele se debatendo”.
E ninguém fez nada?
Ninguém foi capaz de se colocar entre a morte e a salvação desta atormentada alma? Ficaram a olhar o triste espetáculo?
Essa pode ser a real dimensão que damos à vida. Nascer, viver e morrer já são coisas que não merecem nossa atenção. E quando estamos tão próximos deste reality show, não nos damos conta que não está passando na TV da nossa casa e que poderíamos alterar este final.
Isso não me choca! Me revolta!
E não vou admirar se amanhã ou depois estas imagens, deste infeliz que atentou contra a própria vida e logrou êxito pela falta de compaixão da assistência, estiverem circulando pela internet.
Não precisamos ser assim, não mesmo!
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Tô fora!
Providencial esta parada do DV no final de ano. Ganho duas semaninhas de férias (eu e os leitores) e retorno só em janeiro. Assim aproveito para renovar os armários do pensamento e faço um Conselho Editorial com meu id e meu ego e definimos como iremos nos comportar em 2009. Aos leitores e amigos deixo meus sinceros votos de sucesso e felicidade para todos nós e que possamos continuar lutando pelas coisas de Viamão. É necessário! Aos amigos do DV, um cordial abraço e um agradecimento especial pela tolerância com este colunista.
Coluna publicada em 20 de dezembro de 2008.

A crise deles

Essa crise econômica mundial está fazendo mais estragos pelo alarmismo generalizado dos pessimistas de plantão do que pela sua real envergadura. O mais engraçado é que o “crack” globalizante vem exatamente do país que se julgava inoxidável e potência mundial. Ou alguém já viu o mundo se escabelando com a quebra na Bolsa da Nicarágua, se é que existe algo assim por lá? Essa semana a Rita Bringhenti mandou um email que serve de incentivo não só para a crise mundial, mas que faz refletir sobre as nossas vidas também: supere as crises com muito trabalho, e se a crise for implacável, trabalhe implacavelmente. Em suma era essa a mensagem e faz todo o sentido agora.
Fama brasileira
Nestas horas temos até que dar graças a Deus pela fama que o país conquistou na economia mundial por ser ainda um mercado de risco. Imagine se os investimentos estrangeiros fossem mais pesados. A fuga de capitais seria bem maior, neste momento, para salvar as matrizes dos conglomerados internacionais. E a bolha imobiliária americana? Se fosse no Brasil, alguém emprestaria dinheiro barato para quem não tem notória capacidade de honrar seus compromissos?
Claro que não! E ainda por cima, não temos a cultura americana de “o banco toma”. Lá o inadimplente entrega na hora que o banco executa. Aqui, a justiça é tão morosa que torna inviável a retomada do bem. O inadimplente acaba favorecido e é isso que torna o nosso setor de crédito tão arriscado. Resultado, dinheiro barato não existe por aqui. Bem ou mal, a nossa fama de enrolados e desorganizados nos salva da crise mundial. Pelo menos por enquanto.
Outros carnavais
Já falei várias vezes deste tema e hoje estou com dois corações. Levar o carnaval para o Autódromo pode ser meio estranho para a nossa festa popular, mas talvez seja a única saída para tratarmos o carnaval como ele realmente merece, ou seja, um grande espetáculo. Hoje seria até temerário abortarmos esta alternativa, pois como já escrevi anteriormente, temos que nos apropriar daquele espaço. É inaceitável que um equipamento daquele porte não seja mais utilizado pela nossa população.
Piadas pelo ralo
Foi uma semana infrutífera para mim. Primeiro uma quantidade enorme de piadas foi por água abaixo quando o Nilmar fez aquele gol que empatou a partida com o Estudiantes e deu o título sul-americano ao Colorado. Depois o Goiás não honrou a sua tradição de time de primeira divisão e deixou o São Paulo passear por Brasília. O estádio era o Bezerrão, mas quem mamou deitado foi o São Paulo. Ô semaninha improdutiva essa, para nós gremistas.
Agradecimento
Agradeço as palavras de incentivo da amiga Ana Fagundes, fiel leitora desta coluna. Só não precisava escrever em letras vermelhas. Assim não, Ana!
Último lembrete
Lembrando também aos amigos colorados que todas as piadas possíveis de serem enviadas por email já foram entregues e conhecidas por este colunista, sendo desnecessário o reenvio ao mesmo. Não encham o meu endereço eletrônico de lixo! Por favor!
Coluna publicada em 13 de dezembro de 2008.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Somos todos gremistas

Não dá para não torcer pelo Grêmio, pelo seu tricampeonato neste domingo. Não está em jogo um título apenas para o Tricolor da Azenha. Está em jogo o futuro do campeonato brasileiro. Se o São Paulo sagrar-se campeão mais uma vez teremos toda a certeza de que a força dos paulistas, seja ela econômica, cultural ou política está condicionando a arbitragem e as cortes desportivas. Alguém ainda esqueceu a rasteira que deram no Internacional em 2005? Agora a supremacia paulista representa uma ameaça para todo o resto do país. Por isso acho difícil que alguém tenha coragem de secar o time medíocre que o Grêmio montou com intenção de dar um basta neste continuísmo paulistano. Resumindo: torçam pelo meu time, pô!
Somos todos colorados
Neste último jogo da final sul-americana, não foi tanto, mas nos jogos anteriores, deu pra notar que o esquema de jogo do Internacional não era nada diferente daquele Grêmio campeão da Copa do Brasil que o Adenor Bacchi comandou e que tirou o pirulito da boca dos corintianos, em 2001. Por isso não me senti encorajado em secar o nosso rival colorado. Mas também porque o Dudu torce pelo time da beira-rio. Fazer o quê...
Somos todos caminhoneiros
Já dizia a minha avó que nada faz mal, só o excesso.
Pois muitos vêem com bons olhos o empenho do chefe supremo da Brigada Militar, mas até o Coronel Mendes apronta das suas. Querer multar e prender caminhoneiros que protestavam em frente ao Palácio Piratini por causa do buzinaço?
Peraí! E os colorados que não deixaram ninguém dormir na madrugada de quinta-feira? Aí é manifestação legítima?
Minha estava coberta de razão.
Somos todos catarinenses
Impossível não se comover com toda a tragédia que dizimou o estado de Santa Catarina. Agora não é hora de buscarmos culpados, mas de torcer pelos nossos vizinhos e ajudar com o que pudermos. Brilhante a iniciativa das entidades viamonenses.
O pior é saber que nossa Defesa Civil não está preparada para uma catástrofe destas dimensões. Conforme a Defesa Civil estadual, poucos municípios apresentaram um programa para agir em situações de calamidade extrema. Está na hora de arregaçarmos as mangas e cobrar de nossas autoridades um pouquinho de empenho.
Somos todos prefeitos
Foram muitos os palpites e previsões para a próxima composição do secretariado municipal. Mas entre mortos e feridos, todos se salvaram. Apenas faço uma observação sobre a fusão da secretaria de planejamento com a pasta do desenvolvimento econômico. Eu não queria estar na pele do futuro secretário. Há tempos a turma que tem mais intimidade com a Seplan vem sugerindo que a pasta fosse, na verdade, destrinchada, dando autonomia e status de secretaria para o Departamento de Meio Ambiente. Tô achando que esta fusão vai acabar em con"fusão"!
Somos todos religiosos
Primeiro foi o prefeito Ridi que colocou um escrivão de polícia para cuidar da Saúde, pois a mesma era caso de polícia por aqui! Agora o Prefeito Alex inova e entrega a Secretaria dos Transportes para um homem religioso, o vereador e pastor evangélico Nelson Souza.
Claro! Fazer as coisas funcionarem lá na SMT, só rezando!
Somos todos Estatística
Sei muito bem o que a família do saudoso Pedro Brusch está passando. Infelizmente a violência mostra diariamente as suas garras e cada vez mais ficamos impotentes diante da sua monstruosa força. Quando esta mesma violência cerca as pessoas mais próximas muitas vezes tomamos consciência da sua voracidade e achamos que mais nada pode ser feito. Mas o que podemos fazer é não nos acovardarmos. Senão nossos entes queridos se tornarão apenas números neste mundo cada vez mais matemático.
Coluna publicada em 06 de dezembro de 2008.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Santa Catarina

A e21, agência de publicidade, tem sede em Porto Alegre, mas conta com um escritório em SC. Vários clientes, tanto que o diretor Luciano Vignoli passa pelo menos dois dias da semana por lá.
Um diretor de Criação da e21 recebeu de uma amiga um depoimento comovente, estarrecedor sobre a situação dos catarinenses. Só me cabe publicar.Leia:
Meus amigos
Tenho recebido e-mails ou telefonemas de alguns de vocês perguntando se estou bem.
Obrigada! Estou sim. Tenho casa seca, água potável e energia elétrica. Também tenho saúde e trabalho. E tenho vocês todos.
Mas vou lhes contar que alguma coisa mudou. Os últimos dias acrescentaram um sentimento novo em mim e em quase todos que vivem aqui em Santa Catarina. Uma mistura de espanto com tristeza e medo. As pessoas choram com facilidade por aqui e só me recordo de uma reação coletiva dessas quando o Airton Senna morreu.
Uma grande parte do estado foi destruída. O volume de água que cai sem parar desde fins de agosto encharcou de tal forma a terra, que tudo em volta está desmoronando. As estradas se desmancham causando enormes transtornos e um prejuízo econômico gigante. Vocês conhecem aqui: Há muitos morros, muitas encostas, muito verde, muita terra. Imaginem um sorvete derretendo. Palavras do Luiz Henrique.
Mas o pior cenário é o inferno molhado em que estão vivendo as milhares de pessoas do Vale do Itajaí. Imaginem toda uma cidade coberta até o topo das casas de água. Imaginem todos os teus pertences encharcados e apodrecendo, tudo! Roupas, móveis, brinquedos, fotografias, documentos. Imaginem estar assim, e ainda não ter energia elétrica. Não ter água potável para beber nem para limpar-se. Não ter comida, não ter informação alguma. Imaginem tudo isso e ainda ter medo dos saqueadores, que como piratas modernos passeiam de barquinhos pelas madrugadas ameaçando famílias e roubando o pouco que se salvou. Imaginem os corpos de animais boiando à deriva. Imaginem pessoas doentes vivendo neste ambiente, imaginem velhinhos, bebês. Não. É bem pior do que se imagina.
A população está saqueando lojas e mercados em busca de alimento. Descontrole. Desespero, e claro, bandidagem também. Existem cidades que ainda não foram contatadas, como Luis Alves por exemplo. Faz 5 dias que ninguém sabe como estão lá. Falam em muitos mortos.
Aqui em Florianópolis os danos são menores, mas quem conhece a SC 401, caminho que leva às praias do norte, sabe o que é ficar sem essa estrada. Pois de ambos os lados caíram os morros e as pedras. Lembram do buraco do metrô em SP? Parecido. Encontraram um caminhão com a porta aberta, vazio. O motorista era de Carazinho. Ele havia feito o transporte de uma mudança e pela primeira vez vinha a Floripa. O corpo foi achado ontem, ele tentou escapar, mas foi soterrado. Acreditam que há mais automóveis lá dentro. Não se consegue achar. Os especialistas do tempo não estão otimistas. Predizem que os tais 2 fenômenos que, em conjunto, causam essas chuvas estão longe de dissiparem-se. Os pescadores, que também são especialistas mas de outra ordem, dizem que as chuvas ficam até março. Não posso acreditar nisso, nem quero. Me sinto frágil, inapta e desnecessária. Vou doar algumas roupas, água e comida não perecível, mas acho tão pouco. Os bombeiros e a defesa civil não dão conta do socorro e da limpeza. Precisam de voluntários para as triagens de comida e remédios. Mas para tanto é necessário ter disponibilidade total. Não adianta só um fim de semana, pois não se sabe se depois de chegar nas áreas atingidas quando se retorna. Ou como. E o Natal vem aí. E como será para toda essa gente? Em volta de que mesa? O nosso será bom, será farto e talvez feliz. Antes de lamentarmos pelas bobagens que lamentamos diariamente vamos dar vivas a tudo o que temos. Principalmente, uns aos outros.
Depoimento extraído do site do jornalista Previdi: www.previdi.com.br em 29 de novembro de 2008.

Não é cedo!

Causa estranheza em alguns leitores do Diário de Viamão, um assunto recorrente nas discussões políticas de nossa cidade: a eleição de um deputado viamonense.
- Pô, mal saímos de uma disputa eleitoral e já começaram a encher o saco, diriam alguns.
Mas não é cedo coisa nenhuma. Este assunto tem que encorpar de vez. Tomar forma o mais rápido possível e essa minha colocação não é uma opinião isolada. Temos que chegar em 2010 com a intenção fechada em dois ou três nomes fortes e elegermos dois viamonenses para deputado estadual e um ou dois para o Congresso Nacional. E não é megalomania, não! Temos condições só que temos que trabalhar muito para isso nestes dois anos que nos separam das próximas eleições.
A quem não interessa
Sei que é o sonho da grande maioria dos viamonenses ter novamente um representante no Palácio Farroupilha. Só não interessa a quem tem compromisso com os caciques estaduais dos partidos políticos. Tem liderança política viamonense que amarela na hora de apoiar candidatos daqui, com medo de contrariar os políticos que lhes dão sustentação aqui no município e só aparecem por estas plagas em época de eleição. No resto do tempo ficam mandando recadinho pra diretório político e passando o pito em quer ver a cidade livre destes sanguessugas. Mas a coisa ta mudando e a Cho que desta vez vai ter gente da nossa terra no cenário estadual e federal. Vamos torcer.
2009 pode entrar para a história
E se tudo correr conforme o planejado, em 2009 poderemos ter um viamonense fazendo história em Brasília. Porque se realmente acontecer a posse de Geraldinho como deputado federal (ele é suplente de Luciana Genro, do PSol), ele poderá se transformar numa das maiores figuras políticas de nossa cidade, se levarmos em conta a hierarquia dos poderes. Já prometi ao Geraldinho que se estarei em Brasília para acompanhar este momento. Agora só depende dele e do partido.
Stock Car em Viamão
O DV já publicou ontem o passeio que o Jorge Antônio Neto deu com seu carro de competição pelas ruas do município, mas o que quero trazer é a emoção que vi no rosto das pessoas que cercaram os carros defronte á nossa igreja matriz. Por incrível que pareça, Tarumã nos é tão próxima e tão distante ao mesmo tempo que muitas pessoas ficam maravilhadas com as iniciativas que acontecem por aqui. Muita gente da nossa cidade nunca foi até o autódromo ou não se sente motivada a assistir uma corrida ao vivo, nas arquibancadas. Promoções como a da última quinta-feira, com certeza vão fazer com que a nossa comunidade se sinta mais próxima deste templo sagrado da velocidade.
Carnaval pode ser o próximo passo
A idéia da Assencarv de transformar o autódromo em nossa passarela do samba também vai fazer com que nos acostumemos mais com este equipamento. Quem sabe num futuro bem próximo Tarumã não seja o nosso grande palco de eventos importantes, desafogando outros sítios que não são próprios para espetáculos e a aglomeração de pessoas.
Absurda falta de imaginação
Uma rápida enquete depois da notícia da possível instalação de um parque gerador de energia eólica em Itapuã: qual será o nome da empresa que nascerá deste consórcio germano-viamonense?
Viavento ganhou disparado!
Em tempo
Alguém tem notícias do Concivi?
Coluna publicada em 22 de novembro de 2008.

Feliz 2014!

Duas eleições para prefeito e uma eleição para presidente e governadores. Politicamente é assim que vamos fazer a contagem regressiva para a Copa de 2014, que a Fifa confirmou no Brasil, esta semana. Como muitos, também, estranhei a ausência do maior ícone do futebol mundial: Pelé. Essa cerimônia para anunciar a decisão da Fifa perdeu um pouco do charme sem a presença do Rei do Futebol, mas vá lá... Que se há de fazer.
Nós viamonistas temos o compromisso de sempre tentar fazer uma relação entre as coisas que acontecem fora do nosso município com o que acontece ou reflete aqui dentro. É como fez o DV esta semana, quando foi investigar se tinha “respingado” soda cáustica no leite do viamonense. Não vivemos numa cidadela ou em uma redoma de vidro. Os acontecimentos têm que, acima de tudo, mostrar a visão também de quem olha daqui pra lá. A mesma coisa digo em relação à Copa do Mundo. Pra nós viamonenses a contagem regressiva deve começar agora, e com um objetivo: trazer a Copa do Mundo de 2014 para Viamão!
Parece uma idéia megalomaníaca? Eu explico melhor, então. Se Porto Alegre vai sediar uma das chaves, com alguns jogos no Beira-Rio ou na Arena Tricolor (que vai estar pronta e linda antes de 2014) aonde irão se instalar as seleções? E no período de adaptação, onde estas seleções irão ficar? Hoje temos o Vila Ventura para oferecer, mas nada impede que até 2014 tenhamos mais um hotel com qualidade aceitável para recebermos as delegações estrangeiras. E os torcedores? Estes também vão precisar de acomodações e mais que isso, alguns vão querer conhecer outros aspectos e pontos turísticos de nosso estado. Vamos deixar que todos eles subam a Serra, pra conhecer Caxias, Bento, Canela e Gramado entre outras?
Mas não falo apenas de turismo. O que interessa é a iniciativa que temos que ter para acompanhar todo o processo e não perdermos o trem do desenvolvimento que um evento deste porte promete nos proporcionar. Quer um exemplo? A tão falada Linha Dois do metrô gaúcho. Em tudo que é campanha, para prefeito, deputados ou governador, aparece um espertinho pra dizer que agora sai. Não sai e nunca vai sair a menos que tenhamos um bom motivo pra instalar este ramal até nosso município, que hoje em dia seria deficitário. Agora temos uma chance de tornar o metrô viável, se ele for ampliado até o estádio do Internacional. Outro aspecto a ser destacado e discutido são as transformações que ocorrerão na paisagem urbana, as reconstruções e ampliações nos sistemas de transporte e nas vias urbanas. Todo o material necessário será retirado de algum lugar e os resíduos destas alterações físicas serão obrigatoriamente depositados em algum lugar. Aí é hora das lideranças de nossa cidade se colocarem à disposição para o planejamento. Podemos ter uma grande central de reciclagem de resíduos da construção civil, gerando empregos e transformando o que ia ser colocado fora em subproduto da própria indústria da construção. O saibro que sai de nosso município hoje já é bastante solicitado e vai ser ainda mais no futuro. Tudo isso tem que ser estudado e planejado desde agora.
Isso é só um pequeno exemplo para ser analisado. Tem ainda a questão dos alimentos, dos serviços, do entretenimento. Volto a dizer, temos que assumir uma atitude viamonista em relação à Copa do Mundo. Se o Brasil competiu com outros países, e agora a disputa é entre os estados para sediar os jogos, nossa disputa tem que começar imediatamente, pois nossos concorrentes são nomes de peso: Canoas, Gravataí, Cachoeirinha, Novo Hamburgo, entre outros. E depois não adianta chorar pelo que não conquistamos. Se eu pudesse dar um conselho aos nossos administradores, aos nossos vereadores, as nossas lideranças municipais seria esta: comecem a pensar em 2014 agora! Criem uma comissão imediatamente, nem que seja para uma reunião mensal, mas criem mecanismos que possam investigar e criar alternativas para não ficarmos de fora do processo. Porque depois dizer que a Copa não trouxe resultados para a nossa cidade pode ser discurso de derrotistas.
Coluna publicada originalmente em 3 de novembro de 2007.
Coluna republicada em 15 de novembro de 2008.

domingo, 9 de novembro de 2008

Sobre Baracks e Obamas

Esta semana na reunião de todos os colunistas do Diário de Viamão que possuem título de eleitor aqui na cidade (eu e o Hélio Ortiz) concluímos que o texto que foi tachado de racismo lá em Pelotas deixou-nos deveras encagaçados. Sério, é isso mesmo! O Hélio queria tecer alguns comentários a respeito da vitória do Obama lá nos esteites e relacionar com o mês da Consciência Negra, aqui no Brasil, mas temeu, com razão, não ser bem compreendido.
Quanto a mim, acho que nem adianta dizer que sou casado com uma negra. Não vai adiantar se a mensagem não for bem entendida. Mas não é a patrulha que me preocupa. O que me preocupa é a patrulha míope, que enxerga guampa em cavalo em tudo quanto é canto.
Nada mudou
A minha idéia era trilhar pelo caminho de uma frase que o Presidente Lula disse ao explicar porque acreditava na vitória de Barak Obama, na corrida presidencial americana. Lula disse que o mundo estaria mudando e se o Brasil já elegeu um operário para a presidência seria hora dos Estados Unidos elegerem um homem negro. Mas nem a América nem o Brasil mudaram!
Quem mudou na verdade foi o Lula. Foram necessárias três derrotas nas urnas para que o PT formatasse um novo presidente, sem abrir mão de seu maior ícone. Foi o Lula quem teve que mudar o guarda-roupa e vestir ternos alinhadíssimos, para cair no gosto da classe dominante e endinheirada que aprovou o upgrade e influenciou a classe média, garantindo a vitória do Luis Inácio nas urnas.
Adivinhe quem vem para jantar
Obama não é diferente disso. Em 1967 Sidney Poitier estrelou um filme que mostrava o choque para uma família “branca” americana, a recepção ao namorado da filha, um negro, mesmo que este fosse um renomado médico. Era o retrato de uma época que ainda resiste em muitas partes dos Estados Unidos, país que pode ter abolido a escravidão antes de nós, mas patrolou toda a herança cultural africana de seu povo, principalmente a religião.
Obama é o negro que a família branca americana permitiria que namorasse com a sua filha. Bom moço, de bons modos, bom vocabulário e elegante, é o tipo que está acima de qualquer preconceito. É como o Wilson Simonal, que na década de 1960 balançava os corações das moças de família. Ou como Pelé, que muitos diziam, reafirmando o preconceito, que era um “negro de alma branca”.
Branco e triste
Mas isso não importa. O que interessa é que o mundo abre suas janelas para uma nova era de esperança pela paz mundial. Por novos ventos que soprem pelo desenvolvimento e pela volta à tranqüilidade econômica a que todos estavam se acostumando. E Obama sintetiza tudo essa vontade americana. Mas não me sai da cabeça, nesta hora, uma música do Gilberto Gil que resume, talvez, tudo aquilo que tentei passar nestas linhas.
“Bob Marley morreu
Porque além de negro era judeu
Michael Jackson ainda resiste
Porque além de branco ficou triste.”

De volta ao começo
Por fim um recadinho para meu colega Hélio Ortiz: não te preocupa, o povo gosta é de ver fotografia. Ninguém lê!
Coluna publicada em 08 de novembro de 2008.

O porre

As estatísticas não deixam dúvidas, só não aceita a verdade dos fatos que não sabe ler o recado das urnas. Apenas um entre os atuais prefeitos das capitais brasileiras que tentou a reeleição não logrou êxito e foi derrotado, seja em primeiro turno ou agora, no segundo, domingo passado. Nas outras capitais o prefeito talvez o atual prefeito não tenha concorrido por já ter se reelegido na eleição anterior. E as vitórias quase sempre, nestes casos, foi com uma boa margem de vantagem.
Grande abstenção
Outro fato interessante foi a alta abstenção neste segundo turno. Alguns explicaram que o feriado de segunda-feira, antecipando o dia do funcionário público teria incentivado a falta às urnas. Duvido muito, pois seria jogar toda a culpa em muito poucos votos, e nem todo mundo está tão bem financeiramente pra se dar ao luxo de ir viajar num feriadão.
Ressaca democrática
A verdade é que estamos atravessando uma grande ressaca democrática. Depois dos anos de chumbo, a elite pensante deste país lutou pela volta da democracia e acabamos, a partir da década de 1990, a tomar um porre de democracia. A cada dois anos temos uma eleição para alguma coisa. O brasileiro já viveu o auge das eleições e hoje está passando por uma ressaca. Isso ainda mais agravado pelo desempenho de nossos políticos, muitos envolvidos em maracutaias e negociatas publico-privadas. O brasileiro não quer mais votar tanto e também acha que quatro anos é pouco para um trabalho que realmente dê resultados para o desenvolvimento de um projeto político.
Real dimensão
Outro fato que tem diminuído o brilho e o interesse pela gincana eleitoral é que a política brasileira talvez, depois de vinte anos de redemocratização, está ocupando a sua real dimensão na sociedade. A política não é tão importante assim como parece, ou a mídia nos faz acreditar. Já é possível vislumbrar um futuro onde o político não seja mais o ator principal no cenário nacional, dando mais espaço para os outros segmentos importantes como a cultura, a indústria e o comercio e a economia. Ou seja, não daremos tanta importância, pois na verdade o que o brasileiro quer é que o Brasil caminhe pelas próprias pernas, sem depender de idéias e decisões políticas e isso, acreditem, é possível. Prefeito não tem que fazer política. Prefeito tem é que administrar (não governar!).
Seis anos
Há um ano em minha coluna eu já havia levantado esta questão da reeleição. Não porque eu entenda alguma coisa de política (apenas me esforço), mas porque também sou eleitor. Fiz uma pequena enquete com alguns amigos e leitores – e eleitores também – e a maioria achou positiva a idéia de um mandato de seis anos para nossos governantes. Isso dá mais tranqüilidade ao sistema político. E nos livra de uma eleição a cada dois anos.
Fogaça errou
Agora analisando a eleição e o baile que o Fogaça deu na Maria Rouca do Rosário, essa eleição poderia ter sido decidida no primeiro turno se o prefeito tivesse a coragem de patrolar seus adversários desde o começo. Os números da eleição mostram isso. Errou feio ao optar por ter um adversário para o segundo turno, pois poderia ter despachado as três deputadas lá no começo de outubro. E poupado todos nós, viamonenses, de assistirmos propaganda política na TV por mais vinte dias. Pô Fogaça! Assim não dá!
Loteamento Querência
Um abraço para a turma lá do Loteamento Querência I, ali no Pontal do Aterro, em especial para a Dona Neusa e o Seu Pedroso, da Associação de Moradores. Concordo com o Seu Pedroso: existem forças sobrenaturais encarnadas na Prefeitura Municipal. Quem sabe a gente faz uma sessão de exorcismo uma hora dessas?
Segunda Chamada!
O pessoal do Grupo Escoteiro Dionysio Tonial pede pra gente reforçar o convite para tradicional Galeto Escoteiro. Será dia 9 de novembro, ao meio-dia, no Salão de Eventos do Instituto Marista Graças e é uma excelente opção de entretenimento. Os ingressos continuam à venda na loja Via Book (na escola) e com os membros do Grupo Escoteiro (Lobinhos, Escoteiros, Seniores, Pioneiros e Chefias). Valores: R$ 11,00 (para adultos) e R$ 7,00 (para crianças de 5 a 10 anos). Não perca!
Coluna publicada em 01 de novembro de 2008.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Recadinhos

Atendendo aos pedidos dos amigos e leitores, hoje coloco esta coluna a disposição da comunidade. São tantas coisas acontecendo neste período pós-eleitoral que não dá para deixar passar.
Condomínio Querência
Já dura dois meses o impasse do Condomínio Querência (loteamento irregular na região das águas claras) sobre a iluminação das ruas do loteamento. Tudo porque a “sindica” do condomínio mandou desligar a rede de iluminação (pública!) e a Procuradoria do município não conseguiu ainda formular um parecer que desenrole de vez este problema e autorize a Coopernorte a restabelecer o serviço (que é cobrado na conta de luz dos moradores). Vamos acelerar pessoal, vamos acelerar!
Suplentes não sobem
Parece que já está definido. Os vereadores suplentes da bancada do PT parece que vão ter que colocar as barbas de molho. Tudo leva a crer que os secretários eleitos (Zilmar Rocha e Geraldo Oliveira) querem cumprir seus mandatos e justificar suas votações junto ao eleitorado. Amigo da coluna que volta e meia faz analise da situação política já definiu a situação: com a maioria na Câmara, o PT vai fazer a oposição pisar em ovos e ninguém quer perder esta festa.
PSB anêmico
Antigamente era a famosa “dança das cadeiras”. Hoje com a febre funk, a sabedoria popular já marcou o ritmo: cada um no seu quadrado! Pois o PSB, que sempre andou do lado do PT na majoritária está correndo o risco de ficar sem bons cargos na próxima administração, por conta do fraco desempenho de seus candidatos a vereador, que, de novo, não emplacaram ninguém para a Câmara de Vereadores. E não é por falta de expressões. Pela segunda eleição consecutiva, Nestor Maltha fez uma boa votação, mas não consegue do partido a mesma representatividade e não alcança o coeficiente eleitoral para garantir a vaga.
Credenciado
Mas Nestor não desiste e quer que o partido seja justo agora, na escolha dos componentes que irão colaborar com a Administração do município, a partir de 2009. “Quero colaborar com o governo e tenho credenciais para assumir uma secretaria”, me disse há poucos dias o ex-vereador. Agora é esperar para ver como o PSB vai se preparar para negociar com o prefeito Alex.
Galeto Escoteiro
No próximo dia 9 de outubro acontece o tradicional Galeto Escoteiro do Grupo Escoteiro Dionysio Tonial. Vai ser no Salão de Eventos do Instituto Marista Graças e é uma excelente opção de entretenimento. Os ingressos estão à venda na loja Via Book (na escola) e com os membros do Grupo Escoteiro (Lobinhos, Escoteiros, Seniores, Pioneiros e Chefias). Valores: R$ 11,00 (para adultos) e R$ 7,00 (para crianças de 5 a 10 anos). O galeto é excelente, eu garanto!
Recado das urnas
Conheço gente que lê mão, lê o futuro nas cartas, até quem preveja o futuro nos desenhos da espuma do café (tem louco pra tudo). Mas receber recado das urnas já é demais. Se em alguma urna tiver recado pra mim, por favor, anotem que depois eu pego.
Coluna publicada em 25 de outubro de 2008.

sábado, 18 de outubro de 2008

Ainda outubro: números

Socorro-me da lista de candidatos publicada em meu blog, antes das eleições para confirmar o número de candidatos a vereador. Eram 224 intenções. Restaram nas urnas 208 candidatos, considerando-se as candidaturas dos três impugnados que restaram no programa do TRE. E ainda assim são muitos candidatos, se compararmos com a nossa vizinha Gravataí que tem 166 mil eleitores e um rol de 162 candidatos – um para cada mil eleitores. Alguém dirá que a quantidade de candidatos (um para cada 735 eleitores) aqui é maior como reflexo da extensão de nosso município. E isso pode ser verdade, mas também é verdade que algumas lideranças políticas reconhecem a falta de interesse dos eleitores locais com a política e então têm que trabalhar em cima da vaidade de algumas expressões locais, lideranças de quarteirão.
Numeradas
Analisando a lista de votação, notamos que apenas oito candidatos ultrapassaram a barreira dos dois mil votos, sendo que um deles não conseguiu vaga por falta de votos da sua legenda. Depois entre os 25 candidatos que conseguiram passar dos mil votos, estão os outros sete classificados no vestibular das urnas. Pois em nossa vizinha Gravataí, apenas 14 candidatos passaram dos dois mil votos e pasmem: cinco deles passaram dos três mil votos!
Catando milho na estrada
De fato, o que acontece aqui não é diferente do que ocorre em muitos outros municípios. Nossos políticos não conseguem trabalhar seu nome em todo o território municipal e acabam investindo no “curralito”, elegendo-se com votos de uma base eleitoral. São poucos os que podem se orgulhar em ver seu nome em urnas espalhadas por toda a cidade, e muitos até nem fazem questão! E aí apostam suas fichas na roda da fortuna dos candidatos trezentinhos.
Nanicos
Tínhamos, então, 208 candidatos votados. Retiremos deste total os oito que fizeram mais de dois mil, menos os vinte e cinco que passaram de mil e restarão ainda 175 candidatos. Mas 145 destes não chegaram aos 500 votos. Sessenta e nove por cento dos candidatos não fizeram mais que 500 votos. E olha que em Viamão quinhentos votos são muita coisa.
Lideranças miúdas
Isso é porque os partidos incentivam estas lideranças menores, de quarteirão, por assim dizer. Sabem que o voto destes candidatos não migra dentro do partido. Ou seja: se o fulano não concorrer, suas intenções de voto podem ir para a conta de candidato de outra coligação ou partido e isso prejudica até as lideranças que precisam de gordura da legenda para se eleger. E isso acaba mantendo a força de muitos partidos que andam fracos das pernas neste nosso imenso município.
O terrível 51
É engraçado, mas ao mesmo tempo mostra bem a condição de muito candidato que se acha grande liderança. Um político local sempre fala do terrível 51. Ele conta que tem liderança que chegava para ele, cheio de otimismo, afirmando que iria concorrer e que faria tantos votos, arrebentaria, e ele, sereno, respondia:
- Cuidado com o 51!
E o vivente ficava se perguntando que diabos era o 51?
- É que fazer 50 votos é fácil. É o voto da mãe, do pai, da esposa, da tia, do amigo, mas o qüinquagésimo primeiro voto é muito mais difícil, pois aí acabam os parentes e as amizades, afirmava cheio de conhecimento de causa.
Sabedoria política, meu amigo.
Coluna publicada em 18 de outubro de 2008.

sábado, 11 de outubro de 2008

Agora Vai!

Passado o período eleitoral em nosso município agora podemos fazer uso da palavra pra colocar algumas das impressões guardadas ao longo destes três meses. Entre mortos e feridos todos se salvaram, mas alguns dos que ficaram pelo caminho vão ter que reavaliar suas maneiras de fazer política em Viamão.
Cidade Proibida X Praça da Paz Celestial
Definitivamente a política que se faz em nosso município é pra consumo interno, ou seja, só interessa para os políticos. E os assuntos só giram entre os corredores do poder na Câmara Municipal ou na Prefeitura. A população deu a resposta e mostrou que não está nem aí para as picuinhas do poder.
A vitória com grande folga do petista Alex talvez seja a prova de que a oposição deve se reciclar. Velhas lideranças não têm mais espaço. E o povo quer que alguém de uma vez por todas desça a Lomba do Sabão para conquistar espaço no cenário estadual, e talvez volte com mais reconhecimento e prestigio!
Quatro anos pra pensar
É certo que nos próximo quatro anos alguma jovem liderança há de surgir. Hoje apostaria minhas fichas no Vinícius Boff, do PP. Jovem, inteligente e esforçado Vinícius, que já tem espaço na executiva estadual, contribuiu muito na construção da chapa majoritária do partido e seu trabalho merece ser destacado. Mesmo que não tenha concorrido a nenhum cargo nestas eleições é um nome que vai ganhar cada vez mais espaço dentro do partido aqui em Viamão. É esperar para ver.
Decepção do ano
Não para mim, mas para as ambições do PC do B. A turma escanteou o Bira Camargo da liderança do partido e com o apoio da Manuela Cacareco foi alinhavar outras alianças no município, apostando na popularidade da candidata roxa. Não emplacou nem Porto Alegre nem aqui.
Cliente Morto Não Paga
Essa vai entrar pra história da política viamonense. As informações davam conta que certo candidato petista teria recrutado mil bocas-de-urna para sua campanha, prometendo pagar cinqüenta reais para cada um dos apoiadores. Levou pouco mais de setecentos votos e não pagou ninguém. Agora se discute quem foi mais ingênuo: o aliciador ou o aliciado. Definitivamente ingenuidade não combina com política.
1113
Nada irritou mais nestes dias de campanha do que o caminhão da majoritária liderada pelo PMDB. O veículo ficava dando voltinhas no trevo de acesso à Santa Isabel, na parada 32, durante os bandeiraços. Trancou o trânsito irritando motoristas e eleitores.
A ironia é que o modelo Mercedes tinha o número dos partidos que superaram a votação do 15 para a majoritária: 1113!
Sobe e desce
Já me informaram que não é pratica do PT colocar vereadores em secretarias, mas como a situação está tão boa pro prefeito Alex, não vou estranhar se dois vereadores que já foram secretários na atual gestão voltarem para seus cargos e abrirem vagas para os suplentes da Frente Popular. Seria uma forma de retribuir o apoio do PRB e ainda de lambuja experimentar mais uma nova liderança na Casa Legislativa.
Perguntar Não Ofende
Será que ninguém na oposição se preocupou em fazer uma pesquisa sobre a popularidade do prefeito Alex e a aprovação da sua administração antes de lançar seus nomes aos leões, antes de começar a corrida eleitoral?
Coluna publicada em 11 de outubro de 2008.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Pânico

Você caro leitor que anda por nossa cidade já deve ter notado. Nossos candidatos estão com os nervos à flor da pele. Faltando apenas um dia, então, das eleições, é um nervosismo só. E não era pra ser diferente, afinal são meses de planejamento político e estratégico, milhares de reais gastos em material de campanha e logística, mas apenas um candidato em seis será prefeito e quatorze em duzentos e vinte e quatro serão eleitos vereadores. Haja maracujá pra segurar esse povo.
Efeito Inverso
Mas pare e pense. Não seríamos nós, eleitores, que deveríamos estar nervosos e preocupados? Afinal, somos nós que votamos e escolhemos os vencedores. O candidato deveria estar tranqüilo, pois deve ter mostrado o seu melhor lado, apresentou (e teve tempo pra isso) as suas propostas e projetos políticos. Então pra que se preocupar? Agora não é mais com ele. Seu destino e dos próximos quatro anos é pura competência de quem vota, não tem jeito.
Pra descontrair
Claro que isso tudo é só pra descontrair. Os leitores (e eleitores), muitas vezes têm que se contentar com a cobertura séria e imparcial de nossos veículos de comunicação. Mas se perdem ou ficam pra consumo interno, muitas boas estórias do que acontecem neste período de campanha. Os bate-bocas das madrugadas, a gambazada que atrapalha o discurso do candidato. O candidato que esquece o nome do anfitrião. Tudo isso fica fora da crônica política para não queimar o filme de ninguém, e não poderia ser diferente.
Que venha logo o Domingo
Conversei com alguns políticos esta semana, e todos só falam em domingo!
Tem candidato que lascou: “Escobar... eu queria ir dormir e quando acordasse já fosse domingo de manhã”. Outros dizem que chegam a sonhar com os eleitores.
O mais engraçado foi um candidato que sonhou que chegava no eleitor e quando este pedia um santinho ele não tinha pra entregar. E isso é um pesadelo pra qualquer político!
Outro já veio com um formulismo pra acabar com o assédio de última hora, instrumento que acaba com o trabalho de qualquer candidato: “tem que deixar fazer campanha e depois de uns meses, pá! Sem aviso antecipado nem choro: Amanhã tem eleição! Acaba com a boca de urna!”, garante este candidato. Coisa de louco, não?
Boa sorte a todos
Brincadeiras a parte, quero desejar a todos os candidatos boa sorte neste domingo e aos eleitores, muita calma e paciência. Pode parecer para alguns que eleição é um dia de tortura, mas é na verdade a maior prova de que o Brasil trilha um caminho democrático. Nosso modelo de escolha de representantes é modelo para todo o mundo. Talvez um dia inventem um modelo de governo em que nós não precisemos ir às urnas para escolher os nossos líderes e... Peraí, já inventaram isso. Chama-se ditadura. Então esquece.
Às urnas moçada!
Notícias na segunda de manhã
Nas eleições passadas montamos uma singela estrutura na extinta Viamão FM para acompanhar o pleito municipal. Coisa pequena: cada um com seu carro e seu celular, percorrendo as secções atrás de notícias relevantes. Como não sou de ficar em casa, e soldado no quartel em dia de folga quer serviço, vou dar um apoio moral pra gurizada aqui do Diário de Viamão, que vai montar um plantão neste domingo e apresentar os resultados e a maior cobertura destas eleições municipais já na segunda-feira de manhã, bem cedinho.
Coluna publicada em 04 de outubro de 2008.

Rir ainda é o melhor remédio

No final do ano passado, durante a Conferência Municipal do Turismo, realizada na PUC-Viamão, em um dos grupos de trabalho e discussão de que participei, levantamos a questão que Viamão não teria (ainda) um animal símbolo, algo que representasse nossa cidade, uma mascote que pudesse ser explorado turisticamente. Algo que atraísse a atenção de quem chega ou tem vontade de conhecer nosso município.
Uma idéia me veio à cabeça:
- Por que não a mula?
Alguns dos colegas de debate deram de ombros, acharam que eu estava brincando, mas os outros, percebi, ficaram um tanto ofendidos com a colocação.
Não estava brincando, com certeza. Não podemos esquecer que os muares foram uma das riquezas de nossa terra, quando tudo que interessava à Coroa Portuguesa eram as maravilhas, em ouro e diamantes, que as Minas Gerais produziam. Tanto que uma mula “bem formada” valia uma boa quantidade de escravos. Daqui da região dos Campos de Viamão saiam as grandes tropas que abasteciam o mercado sorocabano de mulas, que por sua vez abastecia às Minas Gerais.
Mas isso não vem ao caso. O que interessa, e quero voltar ao início, é a reação das pessoas. Aquelas que se fizeram ofendidas. Paro aqui pra fazer uma afirmação: Não sabemos rir de nós mesmos! Não estou falando da espécie humana. Estou falando do viamonense. É verdade. Prova disso é que talvez você esteja agora ofendido com essa afirmação.
Li há poucos dias uma entrevista do Chico Anysio, enquanto esperava em algum lugar que não vem ao caso, quando lhe perguntaram como ele explicava o fato de brotarem tantos humoristas e comediantes das agrestes terras nordestinas. Para Chico isso é um subproduto da seca e da miséria. As pessoas estão tão acostumadas, tão íntimas das agruras da fome e das doenças, que só lhes resta rirem. Rir da morte, rir das cotidianas condições de subsistência. Talvez isso também explique o humor judaico, sei lá.
Mas o fato é que o viamonense não ri dele mesmo. Claro que damos boas risadas de nossas estripulias, dos amigos, de algumas situações. Mas não sabemos rir de nossa condição. De nossa relação com Porto Alegre, de nossos problemas diários, de nossos políticos, de nossas personalidades locais. Somos a capital do “dê-se ao respeito”. Já notaram nossa imprensa? Não temos chargistas que retratem nosso dia a dia, algo pitoresco, porém, relevante. E aqueles que ousam tentar não encontram nem material quanto mais espaço para divulgação. Alguém conhece alguma caricatura de alguma personalidade política de Viamão? De alguma figura da sociedade viamonense? Se elas existem estão guardadas para consumo interno, familiar.
Quando estávamos na escola sempre tinha aquele cara que colocava um apelido e que nos molestava diuturnamente. E se deixássemos transparecer nosso desconforto, aí era pior. Aprendi que se brincarmos junto, aproveitarmos a “zoação” para purgarmos nossos males, a “fúria” dos inventores de apelidos e piadas fica neutralizada. Mas nós, viamonenses, não! Não brincamos, sob hipótese alguma. Até achamos graça, afinal somos “seresumanos”, mas não incentivamos. Vai que alguém vire a metralhadora pra dentro da trincheira.
Coluna publicada originalmente em 26 de junho de 2007 e republicada em 20 de setembro de 2008.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Para olímpicos

Pensei em escrever alguma coisa sobre os Jogos Paraolímpicos. Nada mais justo, uma vez que ousei também dar minha opinião sobre a fraca atuação dos atletas ditos "normais". Ma aí me lembrei de um texto magnífico que o Binatti emprestou para a Revista Viamão, em 2004. Marcelo soube captar com sua sensibilidade o que muitos de nós pensávamos naquela edição dos jogos e com o resultado ainda mais dramático em Pequim, não há muito mais o que dizer:
"Que pena, que poucos dão atenção.
Que pena, que muitos não tenham coragem de assistir.
Que pena, que muitos se sintam superiores.
Que pena, que poucos são os corajosos.
Que pena, que muitos trocam de canal.
Que pena, que poucos são os patrocinadores.
Que pena, que são pequenos os espaços.
Que pena, que há pouca divulgação.
Que pena, que os números interessam mais.
Que pena, que o reconhecimento é quase nulo.
Que pena, que o interesse é ainda menor.
Que pena, que as nossas escolas não estudem nossos atletas.
Que pena, que os 'outros' tivessem mais destaque.
Que pena, que não sabemos o nome dos campeões.
Que pena, que não sabíamos que éramos tão bons.
Que pena, que são poucos os voluntários.
Que pena, que são muitos os atletas.
Que pena, que alguns ainda sintam pena.
Que pena...
Que pena...
Esperamos pela volta: presidente, autoridades, povo... Nem recepção? Que pena!
Deixa pra lá.
Seria lindo estimulante e fascinante.
Esses verdadeiros atletas da vida, atletas do amor, atletas da superação.
Medalhas... Medalhas... todas as medalhas...
Vocês deveriam, e já estão no mais alto lugar do pódio, campoões, a bandira, o hino, voc~es podem escolher.
Muitos de nós fugimos do nada, atletas tremem na decisão, por uma dor estomacal, um resfriado.
Vocês não! Vocês não fugiram da luta, vocês botaram a cara pra bater, vocês são demais...
Que pena, que somos normais...
E vocês... São especiais!"
Última quinzena
Estamos entrando nos quinze últimos dias da campanha eleitoral que, diga-se de passagem, não decolou. E não decolou pra ninguém. Com as restrições à propaganda, temos que concordar que a cidade ficou mais limpa e agradável, mas os candidatos e seus cabos eleitorais vão ter que fazer ginástica de agora em diante. Como diria um amigo meu, corpo a corpo não resolve, tem que nocautear o eleitor.
Morro e não ouço tudo
Achei que nada poderia superar a locução do querido Arruda, na propaganda eleitoral gratuita no rádio, da coligação "União por Viamão". Tá tão melosa que parece que o Arruda virou baiano. Pois ontem conseguiram superar a malemolência do nosso locutor. Pois no programa do PT os "tauras" chamam o candidato a prefeito de "Aléques". Mas bah, índio véio!
Parabéns
Não posso deixar de parabenizar esta equipe maravilhosa do Diário de Viamão, pelos dois anos de excelente trabalho. Fazer um jornal em Viamão sempre foi um desafio, e fazer diariamente é mais desafiador ainda. Ao amigo Dickow e aos demais colaboradores deste jornal, o meu abraço e o agradecimento por agüentarem este colunista.
Coluna publicada em 20 de setembro de 2008.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Desinformados

Sou um eleitor comum. Sim, destes que não acredita em ibope porque nunca foi entrevistado por nenhum tipo de pesquisa. Também me considero um eleitor típico, pois não fujo do padrão de desinformação que nos cerca. Ainda mais numa cidade que não tem muitas opções de informação. Nada contra os veículos de comunicação existentes, só que eu queria outros modelos, como Rádio, Tevê, portais de conteúdo na Web, sei lá.
Rádio Calada
Há uns dez dias, por exemplo, calaram mais uma de nossas rádios comunitárias, a Santa Isabel FM, do Quarto Distrito. É quase que um ritual: sempre que liberam uma nova autorização de funcionamento (no caso, a Velha Capital) o poder instituído ‘passa o rodo’ nas que estão na fila, esperando também por uma licença de operação. Não vou entrar no mérito se essas rádios são piratas ou não, como dizem alguns organismos que defendem o interesse dos grandes grupos de comunicação. Deixo pra outra oportunidade discutirmos essa questão. O fato é que um município do tamanho do nosso não pode ficar sem instrumentos que levem um pouco de informação da cidade para os seus moradores. Imagina se resolvessem lacrar as portas dos nossos jornais locais, se criassem um regramento que permitisse medir o alcance de um jornal e que privilegiasse somente os grandes jornais do estado. Pois é assim que funciona com as rádios comunitárias, amordaçadas por leis montadas com a força dos ‘lobbys” dos barões da comunicação.
Declarações
Gostei muito das declarações do Vereador Dédo, a respeito da Segurança Pública em nossa cidade. Mas gostei mais ainda de outra declaração do vereador que reclamava da falta de espaço de nossos políticos nos programas gratuitos da propaganda eleitoral. É isso aí, vereador!
Essa é outra bandeira que deveria ser levantada pela causa viamonense. Façamos uma reivindicação aos poderes estadual e federal, talvez uma proposição popular na Câmara dos Deputados ou no Senado para nivelarmos o nível da disputa.
E isso é tão descaradamente injusto que tenho visto políticos de Sapucaia ou São Leopoldo (não me recordo com segurança) utilizando espaço dos políticos de Porto Alegre para aproveitarem alguns segundos de fama e reforçarem a voz de seus partidos em suas cidades. É o jeitinho brasileiro funcionando.
E as pesquisas?
Afinal, saem ou não as comentadas pesquisas para a prefeitura de Viamão? Todo mundo diz que tem uma pesquisa pronta, mas ninguém mostra. Se eu fosse candidato e não estivesse na frente, se fosse o segundo, não ia querer saber de pesquisa nenhuma!
Explico: numa cidade polarizada entre dois candidatos (não se iluda, a oposição é uma só) qualquer movimento na balança pode afundar ainda mais uma candidatura que não está bem das pernas. Porque as pesquisas realmente têm esse propósito: fazer água na campanha mais fraca.
A propósito?
Você não acha que seis candidatos a prefeito é um pouco demais?
Agradecimentos
Um abraço para as leitoras do DV e ouvintes do Identidade Viamonense, Ana Fagundes e Cristine Ferreira, pelas palavras de incentivo. A este colunista não interessa muito a quantidade de leitores e ouvintes que acompanham o seu trabalho. Importa mesmo é a qualidade e vocês são prova de que existe vida inteligente em Viamão.
Coluna publicada em 14 de setembro de 2008.

domingo, 7 de setembro de 2008

Longe demais

O Rogério Maduré é um grande amigo. Daqueles que se pode gastar algumas horas de boa conversa sobre qualquer assunto. Mas foi morar longe, por motivos profissionais, em Cocal do Sul, Santa Catarina. Está estudando lá, se especializando ainda mais na sua área de atuação: as artes plásticas. Mas quando vem visitar a família, volta e meia o agarramos pelo braço para um bom bate-papo. Na semana passada ele esteve aqui por Viamão e conversou comigo e o Lilja lá no Identidade Viamonense, na Santa Isabel FM.
Pra variar: Viamão
Entre os assuntos que rolaram, não dava pra escapar de um: Viamão! O Rogério trazia seus encantamentos com a vida em cidades menores e outras nem tão pequenas assim e chegamos (mais uma vez) a triste constatação de que Viamão na verdade é refém desta intimidade com Porto Alegre. O Rogério lembrou que cidades com quinze, vinte mil habitantes promovem festas e eventos municipais que trazem quase cem mil visitantes! Quatro ou cinco vezes a sua população. Enquanto isso os eventos viamonenses só conseguem mobilizar três a quatro por cento da nossa população. Só o carnaval e os desfiles cívicos (tragam o desfile de Sete de Setembro de volta pra Santa Isabel – peloamordedeus!) conseguem reunir mais de vinte mil pessoas, o que pra nós já é um grande feito.
Super oferta na região
Temos que concordar que a nossa região oferece muitas atrações durante o ano e isso acaba diminuindo as intenções locais. Mas é bem verdade que nós não conseguimos ainda mudar a mentalidade de alguns organizadores locais de que uma grande atração nacional pode reverter este quadro. E uma grande atração, com a publicidade que pode trazer agregada se paga sozinha e dá credibilidade a qualquer evento.
Autonomia cultural
Na verdade o que constatamos é que não temos autonomia cultural, como bem lembrou o Rogério Maduré. Não olhamos para nossa cidade. Nosso olhar é míope, pois olhamos para Viamão com as lentes de Porto Alegre. Quer um exemplo? Diariamente acontecem crimes em nossa cidade. Muitos até bem próximos de nós, pra não dizer que acontecem na nossa célula familiar. Mas a sociedade se indigna? Se mobiliza? Não! Mas basta que a mídia porto alegrense mostre os fatos para todo o Rio Grande e o Paulo Sant’Anna faça uma frase falando da nossa triste condição que as vozes de multiplicam. Alguns defendendo a cidade, como a comunicação da Prefeitura Municipal. Pra quê? Mudem a condição incentivando espaços para a discussão da realidade viamonense aqui. Pratiquem e incentivem nossa autonomia. Cobrem dos nossos jornais locais, mais espaço para o debate, para a vida inteligente de nosso município, se é que ela existe.
Afastamento
Por isso é que defendo o afastamento deste buraco negro que é Porto Alegre. Temos que voltar nosso olhar para nossa cidade. Assim como está fazendo a UTV e a ETA que vão promover um grande acampamento farroupilha aqui em Viamão. É hipocrisia demais um viamonense descer para a Estância do Harmonia para cultuar a maior data do Tradicionalismo, em uma cidade que foi, durante toda a Revolução Farroupilha, fiel ao império brasileiro. Sem contar que aquela cidade armada sobre o aterro do Guaíba é desculpa pra comer churrasco e encher a cara ao som da “tiê miusique”.
Lugar de destaque
Só teremos lugar de destaque no cenário estadual quando soubermos reconhecer nossos valores e nossas verdadeiras potencialidades. E isso se dará através de uma ampla discussão. Seja no campo político, artístico-cultural, econômico ou até na segurança pública. Temos que começar logo esta discussão. Para não perdermos mais tempo.
Coluna publicada em 06 de setembro de 2008.

Lá e aqui

Estive a poucos dias em Glorinha e Santo Antônio da Patrulha. Cidades aprazíveis, até certo ponto tranqüilas e cheias de história, principalmente Santo Antônio. Mas o que me chamou a atenção foi o cuidado que a cidade está tomando com os entroncamentos com a Estrada Velha das praias, a RS030. Ali na cidade baixa, em Santo A0ntônio, as rótulas estavam todas floridas, bem pintadas e sinalizadas. Onde a cidade se mistura à rodovia, tudo limpinho e bonito, pra chamar a atenção de quem passa ou vive diariamente o inferno das estradas brasileiras.
Parceria 1
Lá fiquei sabendo que a prefeitura local celebrou uma parceria com a concessionária da RS474, que liga a Freeway à região dos Aparados da Serra - passando por Rolante, para que esta empresa assumisse a conservação e o embelezamento da RS030, neste trecho que passa por dentro de Santo Antônio.
Parceria 2
Agora, esta semana, a Governadora Yeda Crusius esteve em Osório para inaugurar um atalho de praticamente três quilômetros que vai facilitar o acesso à BR101 para quem vem das praias. Palavras da própria governadora, o Estado pediu e a concessionária atendeu bancando sozinha esta obra que beira os três milhões de reais.
E Viamão?
Trago estes dois exemplos para lembrar de dois problemas crônicos de nossas vias: o entroncamento da RS118 com a Avenida José Garibaldi e o trecho da RS040 entre a entrada de Viamão e a própria 118. É inadmissível que ninguém tenha uma solução para estes dois problemas. Aquele quilômetro da Tapir Rocha ficou de fora da concessão do pedágio e ninguém se atreveu a gritar, a espernear. Não tem sinalização, placas de segurança e ainda por cima colocaram uma sinaleira traiçoeira e sem serventia. Será que se a governadora pedir a nossa Univias não assumiria aquele trechinho?
Na Garibaldi
Talvez você não tenha notado, mas ali do lado da Garibaldi, onde ele encontra a RS118, existe um pedacinho de rua que serve de limite a uma praça. Com boa vontade e um pouco de planejamento poderíamos pavimentar aquela via, e utilizá-la com um binário, servindo para quem quisesse entrar para Viamão, e alongando o trevo da RS118. Este alongamento diminuiria consideravelmente o risco de quem precisa atravessar aquela rodovia. E custaria bem menos que os três milhões, que a Univias investiu em Osório. É a solução mais rápida enquanto esperamos a duplicação da RS118, que chegará aqui sabe-se lá quando.
Pedágio pode ser o entrave
Isso tudo poderia ter um final feliz, mas acho que a decisão da Justiça, de nos conceder a isenção na praça de pedágio, pode ter colocado abaixo qualquer possibilidade de parcerias para nossa cidade. A não ser que a governadora e o poder estadual peçam em nosso nome. Aí pode ser diferente.
Vai entender...
Difícil entender esta nossa Justiça Eleitoral. Fazem comerciais de tevê caríssimos (vai por mim, televisão é cara pra chuchu), dizendo para o eleitor tomar cuidado nas eleições, para não votar em candidatos de má índole e corruptos.
Mas não é este o papel da Justiça Eleitoral? Proteger-nos do político mau caráter? Porque homologam então a candidatura de quem está devendo para a sociedade? Trabalham de dois em dois anos e vem com este papinho? Acho que estão preocupados mais é com o prêmio Profissionais do Ano.
Coluna publicada em 30 de agosto de 2008.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

O pior resultado

Vai ser difícil reconhecerem, mas já considero esta Olimpíada como uma das piores da história para o Brasil. Foi um vexame! Que fica ainda pior se lembrarmos das inúmeras promessas de bons resultados depois do Pan, no Rio de Janeiro. Esqueceram que muitos dos atletas de ponta do continente americano não compareceram aos jogos do Rio, no ano passado, porque estavam mais interessados nos campeonatos mundiais de suas modalidades. Assim ficou fácil pra comissão organizadora e o sempre ufanista Galvão Bueno passarem a idéia de que o Brasil (il-il-il) arrebentaria no continente amarelo.
Ninguém gosta
Falando em Galvão Bueno, um fato interessante é que todo mundo que eu conheço detesta os comentários do narrador. Mas todo mundo continua assistindo a transmissão exatamente pela Globo. Efeito Mendelski?
Nação Phelps
Em se tratando de investimento ao esporte, acho que está na hora de investirmos pesado em um único atleta. Ou um super-atleta, como queiram. Phelps, o maior esportista desta edição olímpica, com certeza, que arrebatou oito medalhas de ouro. Se Phelps fosse uma nação estaria em nono lugar no quadro de medalhas. Brincadeiras à parte, o Brasil amarga a trigésima segunda posição nesta sexta-feira, enquanto escrevo esta coluna.
Nova Geração
O pior é que para nós brasileiros o quadro a ser pintado para os próximos quatro anos é ainda mais sombrio. Não temos renovado nosso grupo de talentosos atletas e não criamos ainda no Brasil um centro de excelência para a pesquisa esportiva. É bom lembrar que muitos medalhistas brasileiros, só chegaram ao nível de competição olímpica porque se preparavam nos centros esportivos internacionais, o caso de Joaquim Cruz, Robson Caetano, Ricardo Prado, entre outros. Essa foi a última Olimpíada de muitos de nossos atletas que até já passaram da idade ideal para competição de alta performance – vide o caso das ginastas.
Esportes tradicionais x invenções
Podem até tentar, mas não vão me convencer que Vôlei de “Areia” é esporte. É um penduricalho que inventaram para dar sobrevida a atletas que tem uma curva de aproveitamento muito curta nos clubes e que ganham rios de dinheiro em torneios e circuitos internacionais. Ou por acaso você conhece alguma quadra de vôlei de areia em Viamão? Não tem! Nem as de futebol de areia são usadas. É o esporte mais mercenário da atualidade com direito a milionárias transmissões televisivas. Acho que só perde para outra invenção estúpida, a Fórmula Truck. Enquanto isso esportes mais tradicionais continuam minguando sem ajuda oficial ou patrocínio.
Futebol de fora
Essa pode ter sido a última oportunidade de nosso futebol conquistar uma medalha de ouro. Explico: a Associação Internacional de Federações de Futebol – FIFA - está analisando a hipótese de acabar com o torneio olímpico para não tirar o brilho de seu maior produto, a Copa do Mundo. Copa esta que foi idealizada por Jules Rimet exatamente para homenagear o bicampeão olímpico de futebol, o Uruguai, em 1930.
Brasileirinho
Se serve de consolo, pelo menos ninguém mais vai escutar aquela horrorosa versão de Brasileirinho nas competições de ginástica.
Mudando de assunto: Debate na TVCom
Não esqueçam que neste Domingo tem o debate dos candidatos a prefeito na TVCom. O horário é deveras ingrato, mas fazer o quê: 23 horas. Vamos torcer para que o modelo de discussão reflita no ânimo de nossos prefeituráveis.
Coluna publicada em 23 de agosto de 2008.

Sonolento

Fiz o maior esforço possível, mas não consegui vencer o cansaço, sexta-feira passada, para acompanhar o embate de nosso prefeituráveis. Êta programinha sem graça e sonolento! Nenhum deles, na minha opinião conseguiu se sobressair e eu particularmente acredito que estes espaços deveriam ser aproveitados para os candidatos de apresentarem a quem, em nosso município, está menos familiarizado com suas imagens e principalmente, interessado em política municipal.
Jogam pra torcida
Em síntese, o que se percebe é que os candidatos jogam pra sua assessoria, nada mais que isto. Tirando os dois candidatos menos expressivos, que tem que aproveitar o espaço para mostrarem um pouco do seu “plano de governo”, os outros não se atrevem a destrinchar o cenário local com um pouco mais de raciocínio lógico. E eu fico pedindo espaço eleitoral gratuito na TV para Viamão...
Sabadaço
Já no sábado pela manhã, fiz questão e encontrar alguns militantes dos partidos que concorrem à prefeitura. E começou o rescaldo do debate: Sarico matou a pau! Janes deu uma aula! O Alex deu de relho na oposição! E por aí vai. Torcida em campanha política é muito pior que desinteresse. Cada um enxerga seu candidato como o salvador da pátria , um ilustre morador do Olimpo, soberano e avassalador. Numa cidade que não tem análise política séria e imparcial, só nos resta esperar o próximo debate.
A propósito
Eu queria ver mesmo, era um debate entre os vice-prefeituráveis. Esse sim seria interessante. Alguma entidade bem que poderia nos brindar com este evento.
Dívida municipal
Outra questão interessante que poderia ser respondida é sobre a dívida da nossa prefeitura. Ninguém sabe ao certo qual o valor de nossos compromissos financeiros a longo prazo e julgo ser um dos maiores desafios do próximo prefeito. Vivem dizendo que Viamão não pode acessar empréstimos e projetos de vulto, por que tem dívidas. Mas dívidas do quê? De quanto? Para quem devemos?
Acima de tudo, viabilidade administrativa depende não de caixa, mas de capacidade de endividamento. Seria bom se tivéssemos estas informações e soubéssemos quais os setores que dependem de empréstimos e financiamentos do poder público federal (infraestrutrura, saúde, educação, habitação) e quais as perspectivas para o nosso futuro. Pelo menos pra saber quando a cidade vai poder investir pesado no seu futuro.
Pindaíba
Surgem as primeiras informações sobre o marasmo da campanha este ano. O grande problema? Uma generalizada falta de grana nos comitês. Tá todo mundo esperando a grana salvadora de algum padrinho político estadual ou federal. Mas acho que o socorro não vem não!
Massa com sardinha
Depois da famosa Galinhada à La Chico Gutierres. (não fui eu que inventei, mas lá vai a receita: muito arroz e ponta da asa da galinha) o cardápio dos jantares políticos deste ano pode ser a famosa Massa com Sardinha. Um amigo certa vez inventou o Risoto de Sardinha (em lata). Era o que tínhamos na despensa. Garanto a vocês que o visual e o gosto não agradam, nem quando o estômago está grudado na espinha.
Coluna publicada em 16 de agosto de 2008.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Vestibular

Este ano os nossos eleitores terão 224 candidatos para escolher e somente 14 terão assento na Câmara Municipal no dia 1º de janeiro do ano que vem. São 16 candidatos por vaga. Ou seja, de cada dezesseis candidaturas, quinze não lograrão êxito e isso pode parecer desestimulante. É quase um vestibular. Mas vamos em frente! Agora que já passou um mês desde o inicio da campanha, não dá pra voltar atrás.
Falando em números
Gastei um tempinho pesquisando no sítio oficial do TSE e somando os bens declarados dos nossos candidatos a vereadores cheguei ao fenomenal valor de R$ 16.627.272,91. Quase 17 milhões de reais. Isso dá uma média de R$ 74.228,89 por candidato. Mas é preciso reconhecer que este valor ficou elevado pelo fato de três candidatos ultrapassarem a casa do milhão na soma de seu patrimônio declarado. Na verdade dois candidatos ultrapassaram até mesmo a barreira dos dois milhões de reais.
Nada a declarar
Mas se o leitor se espantou com os números é bom lembrar que 61 pretendentes a uma cadeira legislativa declararam à Justiça Eleitoral que não possuem bens. Isso corresponde a 27% dos candidatos. Quase um terço dos candidatos disseram não ter um bem sequer.
Compro e pago à vista
Agora pasmem! 26 candidatos declararam possuírem bens no valor de R$ 0,01. Isso mesmo! A soma do patrimônio de 26 candidatos – 11% do total – é igual a vinte e seis centavos. E todos declararam que estes bens são terrenos ou casas. Coloco-me à disposição destes felizes proprietários para a compra destes imóveis e pago até 1000% sobre o valor declarado. Falo sério! Estou bastante interessado. Procurem-me.
Deboche
É claro que estou brincando, mas o deboche neste caso, eu acredito que seja da parte dos candidatos. Ora, declarar bens que somados não chegam a um real? E não ter nada a declarar? Existem certas convenções que devem ser respeitadas no trato público, e mais ainda quando o trato público envolve a confiança dos eleitores. Aí fica difícil acreditar em qualquer outra coisa que venha destas pessoas.
Quanto custa?
Outra coisa que as matérias jornalísticas estão nos devendo aqui na cidade é informar à população quanto realmente será gasto com estas campanhas. Não falo da prestação de contas dos candidatos, pois ela nos dará uma visão muito específica. O que precisamos saber é o que um candidato médio gasta pra colocar uma campanha que tenha chances de sair vitoriosa em outubro. Isso ainda estão nos devendo.
Lista completa no Blog
O leitor pode acompanhar a lista completa da declaração de bens dos candidatos a vereador de Viamão no meu blog: http\\:identidadeviamonense.blogspot.com .
Feliz Dia dos Pais
Os jovens talvez não acreditem, mas havia um tempo em que os pais ganhavam no seu dia cuecas, gravatas e meias. Mas aí vieram as companhias telefônicas e bombardearam nas nossas mentes a idéia de que “show mesmo” é presentear o papai com o celular mais moderno do mercado. Se você já comprou um celular pra dar pro seu pai, tudo bem. Fica pra próxima. Quem sabe ano que vem você não o faz mais feliz com um lindo par de meias.
Um abraço a todos os pais do mundo, até aqueles que já se foram, mas estão sempre próximos de nós.
Coluna publicada em 05 de julho de 2008.
Declaração de bens dos candidatos a vereador
Adãozinho – Adão Machado da Silva – R$ 56.000,00

Adelaide – Adelaide Engler Hahn - Não Possui Bens a Declarar

Parreira – Adilino Inácio de Sá – R$ 0,01

Adriano Fontoura (Xokolatty) - Adriano Fontoura Flores – R$ 11.500,00

Quevedo - Alcenor Quevedo - Não Possui Bens A Declarar

Alcimar Rocha – Alcimar da Rocha Lopes - R$ 38.950,00

Aldemarzinho -Aldemarzinho Gonçalves Aprato – R$ 162.000,00

Alexandre Hilton “Kilinho” – Alexandre Hilton Martins Rosa - R$ 0,01

Alexandre Godoy – Alexandre Luiz Maezca de Godoy – R$ 0,01

Aline – Aline de Souza Nogueira - NPBD

Álvaro da Silva – Álvaro Pedro da Silva - NPBD

Amanda Nunes – Amanda de Souza Nunes – R$ 0,01

Ana D’Ávila - Ana Regina Silveira D’Ávila - NPBD

André Gutierres – André Francisco de Souza Gutierres – R$ 15.000,00

André Boca – André Jorge Gomes da Costa – R$ 110.000,00

Ruffoni – Antônio Augusto da Cunha Ruffoni - R$ 418.950,00

Antônio Gutierres - Antônio Carlos Gutierres de Souza – R$ 343.812,54

Machado – Antônio Machado dos Santos - R$ 57.000,00

Tonho – Antônio Maria Melgajero Saldanha – R$ 7.500,00

Aquino – Antônio Ricardo Aquino – R$ 46.500,00

Sidnei – Antônio Sidnei Silva dos Santos - NPBD

Arami Marques – Arami Coutinho Marques – R$ 200.000,00

Arão Barcellos – Arão Portes Barcellos – R$ 67.000,00

Gustavo Cabeleireiro – Augusto Silveira da Cunha – R$ 35.000,00

Lino Braz (Lino) – Aurelino Jorge Braz da Silva - R$ 57.000,00

Belamar Pinheiro – Belamar Pinheiro – R$ 401.000,00

Belini – Belini Teixeira Romanzini – R$ 64.294,30

Berenice Lima – Berenice Pereira Lima – R$ 40.000,00

Carla Rosane – Carla Rosane Barcelos da Silva – R$ 80.000,00

Bebeto – Carlos Alberto Cezar da Silva – R$ 60.000,00

Saraiva – Carlos Alberto Saraiva da Silva – R$ 0,01

Guto – Carlos Augusto da Silva Lopes – R$ 37.500,00

Carlos Solano – Carlos Cunha Solano - NPBD

Oscar – Carlos Oscar da Silva - NPBD

Canelinha Filho – Carlos Remi da Silva Pacheco – R$ 190.000,00

Carlão – Carlos Roberto da Silva – R$ 22.500,00

Doca – Cidclei Miranda Almeida - NPBD

Cíntia Bitencourt - Cíntia Beatriz Bitencourt - NPBD

Mota – Claro Antônio de Almeida Mota – R$ 10.000,00

Cláudio Fraga – Cláudio César da Rocha Fraga - NPBD

Cláudio Reis – Cláudio Rogério Silva Reis - NPBD

Cleber Cabral “O Flanelinha” – Cleber Cabral dos Santos - NPBD

Cleci – Cleci Maria de Freitas Jorge Bender – R$ 0,01

Clóvis – Clóvis Alberto Neves – R$ 84.500,00

Cristiane Becker – Cristiane Becker de Oliveira – R$ 0,01

Daniel da Baixada – Daniel Oliveira Ribeiro - NPBD

Danilo – Danilo Gomes Morais - NPBD

Dany Quintana – Dany Quintana de Souza – R$ 130.000,00

Darwin – Darvin de Souza Flores – R$ 152.300,00

Delmar Torales – Delmar Meneses Torales - NPBD

Ciro Barboza – Edecir Maria Barboza – R$ 57.000,00

Edemar Santos – Edemar Vanderlei dos Santos - NPBD

Dédo – Éderson Machado dos Santos – R$ 120.000,00

Edi Bagé – Edi da Silva – 50.000,00

Keké – Edimilson Barboza da Silveira Quequé - NPBD

Machado – Edison Rodrigues Machado – R$ 106.000,00

Casagrande – Edson Casagrande - NPBD

Edu da Evel – Eduardo Boff Soares – R$ 80.000,00

Preta – Elecir de Abreu – R$ 0,01

Pipoca – Elisabete Simão - NPBD

Ridi – Eliseu Fagundes Chaves - NPBD

Elizeu Vargas – Elizeu Souza de Vargas – R$ 21.000,00

Eloá – Eloá Beatris de Souza Castro - NPBD

Eraldo – Eraldo Antônio Almeida Roggia – R$ 50.000,00

Instrutor Erci Brasil – Erci Brasil da Silva – R$ 53.000,00

Erci – Erci Felisbino da Silva – R$ 34.180,00

Zilá Botelho – Ermosila Ferreira – R$ 30.000,00

Naninho Jaeger – Ernani Adolfo Jaeger – R$ 45.000,00

Ernesto Lopes – Ernesto da Silva Lopes – R$ 20.000,00

Erni “O Índio” – Erni da Conceição - NPBD

Estela Vilanova – Estela Mari Kurschner Vilanova – R$ 83.000,00

Evandro de Lima - -Evandro de Lima Cremonini – R$ 1.900,00

Puluca – Fábio dos Santos Britto - NPBD

Rospide – Fernando Rogério Rospide Nunes - R$ 2.560.000,00

Vicka – Flaviani Rods Araújo – R$ 0,01

Índio Carteiro – Flávio de Oliveira Fraga - NPBD

Florisbela – Florisbela Ferreira Ribeiro - NPBD

Gelson Oliveira – Gelson da Silva de Oliveira - R$ 0,01

Geraldo Oliveira – Geraldo Antônio Barcelos de Oliveira – R$ 300.000,00

Nego Mano – Gilberto Ferreira - NPBD

Montenegro – Gilberto Pires – R$ 60.000,00

Gilmar “O Seu Motorista” – Gilmar Erani Grandini Guimarães - R$ 96.000,00

Giovana Olmendo – Giovana Fontoura Olmendo – R$ 0,01

Givanildo Clipes “GU” – Givanildo Clipes da Silva - NPBD

Gládis Helena- Gládis Helena Costa Rodrigues Martins – R$ 70.000,00

Guaraci – Guaraci Laurindo Rosa – R$ 100.000,00

Hélio Duarte – Hélio Nunes Duarte - NPBD

Ildo Britto – Ildo Mussnich Britto - NPBD

Iolanda Soares – Iolanda Soares da Silva – R$ 360.000,00

Irajara Vieira “Preta” – Irajara Terezinha Pires Vieira - NPBD

Irone – Irone Terezinha Vianna da Silva – R$ 80.000,00

Isaias da Planalto – Isaias Piazza Machado - NPBD

Itamar Santos – Itamar Silva dos Santos – R$ 220.000,00

Ivonei Uberti Santa Maria – Ivonei Degliomini Uberti – R$ 46.300,00

Iza – Izulina Nunes dos Santos – R$ 35.000,00

Jaci – Jaci da Silva Reis - NPBD

Jaina Oliveira – Jaina Pereira de Oliveira - NPBD

Sargento Jairo – Jairo Soares Martins – R$ 18.500,00

Jean - Jean Carlos da Silva Monte – R$ 57.990,00

Jesus – Jesus Ademar Moraes Bueno – R$ 135.000,00

Joãozinho da Saúde – João Carlos Oliveira da Silva – R$ 10.000,00

Jorge Batista – Jorge Batista Frota Bernardes – R$ 47.000,000

Jorge Branco – Jorge Luis Rodrigues – R$ 9.000,00

Felber “O Carlitos” – Jorge Luiz Felber - NPBD

Sávio – Jorge Sávio Costa Teixeira dos Santos - R$ 80.000,00

Chaveiro – José Carlos da Silveira – R$ 9.000,00

Kiko – José Francisco Venâncio Pinto – R$ 336.000,00

Milton Pires do Tribom – Jose Milton Silveira Filho – R$ 29.500,00

Valdirão – Jose Valdir da Rocha Pepino – R$ 30.000,00

Gugu – José Valter Ribeiro Araújo - NPBD

Juarez - Juarez Peres – R$ 76.000,00

Julião – Júlio César Steyer - NPBD

Julinho – Júlio Cezar Torales Vales – R$ 0,01

Jussara Farroupilha – Jussara dos Santos Feijó – R$ 22.000,00

Jussara – Jussara Terezinha da Silva – R$ 25.000,00

Karla Penz – Karla Regina Rodrigues Penz – R$ 0,01

Mãe Laura – Laura da Silva Mangia – R$ 82.000,00

Leonise Nichele – Leonise Nichele Pereira – R$ 8.500,00

Loiva da Silva – Loiva Maria da Silva – R$ 60.000,00

Pastora Lúcia – Lúcia Noronha Marca – R$ 60.000,00

Lúcio Garske – Lúcio Álvaro Farias Garske – R$ 3.000,00

Armando - Luis Armando Correa Azambuja – R$ 94.000,00

Careca – Luis Carlos Antônio dos Santos - NPBD

Luis Porto – Luis Carlos Nunes Porto – R$ 35.000,00

Luis Otávio- -Luis Otávio Dias Barcelos - NPBD

Luiz Barbaroti – Luiz Batista Preuss – R$ 314.000,00

Vianna - Luiz Felber Vianna - NPBD

Renato Cabral – Vidraceiro - Luiz Renato Cabral dos Santos NPBD

Maninho Fauri – Marciel Fauri Bergmann – R$ 61.727,00

Katofa - Márcio Alberto Schenk – R$ 328.000,00

Márcio Santos – Márcio Stefano de Mello Santos - NPBD

Marcos Ribeiro (Marquinhos) – Marcos Ivanir Pereira Ribeiro - R$ 11.900,00

Angelita Rodrigues – Maria Angelita Rodrigues – R$ 19.000,00

Caiçara – Maria Caiçara Pereira Líbio – R$ 0,01

Maria Nunes – Maria Conceição Nunes Silva – R$ 25.000,00

M. Cristaldo – Maria de Lourdes Cristaldo Marques – R$ 2.500,00

Professora DuCarmo – Maria Do Carmo da Silva Guimarães - NPBD

Beti Camargo – Maria Elisabeti Ferreira Camargo – R$ 25.000,00

Professora Evana – Maria Evana Sutil de Oliveira – R$ 55.000,00

Luiza do Irajá – Maria Luiza Correa Oliveira – R$ 0,01

Margarete Amaral – Maria Margarete Amaral da Silveira - NPBD

Mariazinha do Posto - Maria Rosário Dias Fontanela – R$ 40.000,00

Mariozan “O Carteiro” – Mariozan Maciel dos Santos – R$ 133.000,00

DJ Pavão – Markus Vinicius Franqui Vargas – R$ 0,01

Mary Faleiro – Mary Terezinha Faleiro Ferreira – R$ 40.000,00

Mauro Bertoletti – Maurinho – Mauro Roberto Bertoletti Lopes – R$ 0,01

Max – Maximiliano Conceição Vieira – R$ 5.000,00

Milton Jader – Milton Jader Alves Amaral - NPBD

Milton Schneiders Neto - Milton Schneiders Waicampe - NPBD

Moacir de Souza – Moacir Gutierres de Souza – R$ 60.000,00

Modesto Veiga - Modesto Alvarez Veiga – R$ 100.000,00

Morena Fernandes - Morena Juraci Fernandes - R$ 108.000,00

Nádia - Nádia Siqueira da Costa Barbosa - NPBD

Nadim – Nadim Harfouche – R$ 353.492,58

Nelson Arrue – Nelson Arrue Silveira – R$ 5.000,00

Nelson Souza – Nelson Souza e Silva – R$ 67.500,00

Teixeira – Nelvir dos Santos Teixeira – R$ 8.000,00

Nestor Maltha – Nestor Maltha Soares – R$ 200.000,00

Roque – Neuri Roque Tavares – R$ 30.000,00

Cantora Neuza de Freitas – Neuza Aparecida de Freitas - NPBD

Nildo Pinto – Alemão – Nildo Pinto – R$ 368.000,00

Noeli Rios – Noeli Rios Nunes – R$ 120.000,00

Miro – Olmiro Soares de Souza – R$ 10.000,00

Patrícia Pinheiro – Patrícia Madeira Pinheiro - NPBD

Patrício - Patrício Eduardo Ceres de Castilho - R$ 52.500,00

Paula da Locadora – Paula Lopes Correa – R$ 0,01

Paulo Schenini – Paulo Adolfo Moser Schenini - NPBD

Paulinho do Hospital – Paulo Aguilar dos Santos Garcia – R$ 0,01

Paulo César Navarro – Paulo César de Farias Navarro – R$ 20.000,00

Paulo Pilo – Paulo César de Oliveira e Souza - NPBD

Prof. Paulo Gilberto – Paulo Gilberto da Silva – R$ 1.103.536,24

Paulo Quadros – Paulo Ineri Rodrigues de Quadros – R$ 14.000,00

Paulo Machado – Paulo Obiraci Machado Filho – R$ 30.000,00

Kadu Schwartzhaupt – Paulo Ricardo Barboza Schwartzhaupt – R$ 46.000,00

Paulo do Sopão – Paulo Roberto da Rosa - NPBD

Paulo da Farmácia – Paulo Roberto Lanz Martins – R$ 200.00000

Zanetti – Pedro Henrique Zanetti Malgor – R$ 100.000,00

Pedro Pinheiro – Pedro Pinheiro – R$ 140.200,00

Tio Pedro do Churrasquinho – Pedro Schwartzhaupt Brusch – R$ 60.000,00

Tiquino Plínio - Plínio Silva dos Santos – R$ 0,01

Protásio – Protásio dos Santos Nascimento – R$ 30.000,00

Reginaldo – Reginaldo Antônio da Silva – R$ 140.000,00

Ricardo Gross – Ricardo de Souza Gross – R$ 13.500,00

Richard da Silva – Richard da Silva – R$ 0,01

Roger Allen – Roger Willian Allen -NPBD

Romer Guex – Romer dos Santos Guex – R$ 126.000,00

Ronaldo Mendonça – Ronaldo dos Santos Mendonça - NPBD

Ronaldo Padilha – Ronaldo Padilha dos Santos - NPBD

Fogaça – Rudinei Piccini Fogaça - NPBD

Sadi Pires – Sadi de Oliveira - Pires – R$ 35.000,0

Sandro Renato – Sandro Renato da Silva Pereira – R$ 28.500,00

Saul Fontoura – Saul Ivan de Lima Fontoura - NPBD

Serginho Kumpfer – Sérgio Antônio Kumpfer – R$ 85.000,00

Sérgio Carvalho – Sérgio Luis da Silva Carvalho – R$ 65.000,00

Sarmento – Sérgio Luis Sarmento Lopes – R$ 150.000,00

Sérgio Branco – Sérgio Moacyr Ávila de Freitas - NPBD

Rasquinha – Sérgio Ricardo Rasquinha Rosa – R$ 280.000,00

Silvana Leal – Silvana Prux Borges Leal – R$ 14.300,00

Silvio Mota – Silvio Alberto Motta Filho – R$ 39.400,00

Silvio Souza – Silvio Luis Araújo Souza – R$ 50.000,00

Sinara Kuhn – Sinara Kuhn -NPBD

Suzana Braun – Suzana Braun Antunes de Oliveira - NPBD

Tiago Brito – Tiago Barbosa Brito – R$ 0,01

Tiago Cunha – Tiago Souza da Cunha – R$ 10.000,00

Urgel – Urgel de Paula Borges – R$ 20.000,00

Vagner do Matizes – Vagner dos Reis da Silva – R$ 0,01

Valdi Feijó – Valdir da Conceição Feijó – R$ 137.000,00

Russinho – Valdir Jorge Elias - R$ 10.000,00

Valdir ET – Mot Ozório – Valdir Ozório – R$ 39.000,00

Prof. Valdir – Valdir Rocha Nazário - R$ 90.000,00

Valmir da CEEE – Valmir Vieira de Moura – R$ 30.000,00

Vanderley Brisolla – Vanderlei Brisolla Ligoski – R$ 0,01

Vandré Boaventura - NPBD

Vânia – Vânia Schaurich Hespanhol - NPBD

Vera Pivotto – Vera Cristine Nunes Pivotto – R$ 50.000,00

Vera Tribuna – Vera Lúcia Correa Lopes – R$ 40.000,00

Professora Vera – Vera Lúcia de Oliveira – R$ 24.000,00

Vera Feijó – Vera Regina Feijó da Silva – R$ 66.000,00

Veridiana - -Veridiana da Silva Machado – R$ 0,01

Vitor Marileu- Vitor Marileu – R$ 2.170.000,00

Leco – Vitorino Guimarães Gutierres – R$ 0,01

Vladimir Goulart – Vladimir Lopes Goulart – R$ 0,01

Miro “Motorista do Lima” - Vladimir Machado Martins – R$ 0,01

Zilmar Rocha – Zilmar Silva da Rocha – R$ 104.000,00

Que venha Agosto

Não sei se sou eu, ou é esta época do ano. Por incrível que pareça, ando meio alienado do que está acontecendo. Mas, por favor, não pense que estou debalde. Primeiro é o mês de julho, que se você parar pra pensar, é um mês um tanto insosso. Tirando as atrasadas festas juninas (que algum esperto um dia empurrou pra julho e chamou de julinas), o mês que se encerrou na quinta-feira não tem muita coisa de interessante.
Talvez por isso não tenha empolgado muito a arrancada para a gincana eleitoreira de 2008. Todo mundo com as barbas de molho, esperando céus mais azuis no mês que se inicia. Tirando um ou outro candidato mais estruturado, o primeiro mês foi mais de afinação dos instrumentos, algo que promete a grande festa da democracia para os próximos dias. Vamos ver no que vais dar.
Falando nisso
Falando em período eleitoral, você não sente que está vivendo um deja vu? Estaríamos todos presos naquele fantástico seriado dos anos 60, o Túnel do Tempo?
Cavalo Gordo x Cavalo Magro
Nas conversas que tenho com assessores de alguns políticos locais, muitos garantem que esta eleição não vai decolar pra ninguém. Muito por essa sensação da população de não existir nada realmente novo no cenário político local. Um experiente cabo eleitoral me disse que quem dispara com o cavalo gordo pode sentir no final da corrida, e quem tem o “cavalo magro” quer deixar passar as duas primeiras curvas no trote pra só disparar na reta final. Façam suas apostas!
Experiência
Outros me dizem que têm experiência de vários pleitos. E daí? Eu também tenho! Tenho votado em cada eleição desde 1988. E antes disso me acostumei com aquele monte de candidatos e políticos locais que pagavam uma rodada pro pessoal que freqüentava o nosso armazém lá na Aparecida. Então experiência por experiência fico com a minha.
Outra coisa que estes “experts” da política local gostam de fazer é prognóstico. Dê uma folha em branco para eles que eles começam a desenhar o futuro político de nossa cidade. E eu guardo todos os papeizinhos que eles rabiscam. Depois veremos quem chegou mais perto. Já vi previsão garantida com 22 vereadores. Essa nem o Oswald de Souza entende.
Arizinho
Não tem como não ser um sucesso! O querido Arizinho está programando uma apresentação em setembro no Cine Santa Isabel e temos certeza que vai ser muito bom. Como é período eleitoral e o Ari é um cara boa praça, amigo de todos, é bem provável que na platéia estejam figurinhas carimbadas da política local. Por isso se você pretende conferir o talento do puxador nota dez e Estandarte de Ouro, do carnaval de Porto Alegre, fique atento às datas que vão ser divulgadas em breve. Vai ser casa cheia, com certeza, mas não vá com o espírito de “vamos ajudar o Arizinho”, ele não precisa disso. Vá para prestigiar um dos maiores cantores viamonenses! E tenho dito!
Coluna publicada em 02 de agosto de 2008.

Ainda a RS040

A respeito da crônica da semana passada, um leitor ligou para lembrar da proposta que empurraram nas políticas públicas do nosso Plano Diretor, que priorizou a implantação de corredor de ônibus na nossa principal avenida, a Sen. Salgado Filho. Segundo ele, seria a solução para ao nosso trânsito que vai de encontro ao caótico nos próximos anos. Eu já acredito que vai demorar um bom tempo antes que se instale um corredor de ônibus por aqui. Não existe vontade técnica ou política, nem tampouco dinheiro. Sem contar que cada vez mais o viamonense, assim que pode juntar uns trocadinhos, opta pela compra de um carro pra fugir da escravidão do transporte coletivo.
Escravos dos horários
Digo e repito, sempre: o usuário do transporte coletivo em nossa cidade é escravo das tabelas e dos horários das empresas de ônibus. O cidadão, aqui em Viamão, fica na parada muitas vezes por mais de uma hora pra pegar um coletivo. Em alguns pontos da cidade, como na Av. Liberdade, na Santa Isabel, passam cinco ou seis linhas de ônibus, uma atrás da outra, e depois chega-se a esperar quase uma hora por uma nova onda de itinerários e destinos. Alguma coisa está errada, e ninguém, nem empresas, nem poderes públicos (estadual ou municipal) sabem o que está acontecendo.
Moralização
Os mais velhos devem se lembrar da intervenção que o primeiro mandato do PT, à frente da prefeitura de Porto Alegre fez nas maiores empresas de ônibus, lá na década de 1980. Porto Alegre tinha um serviço de transporte coletivo que já era modelar, mas deixava muito ainda a desejar, pela ingerência e a falta de profissionalismo dos proprietários das empresas de ônibus. Não restou alternativa que não fosse a intervenção, que transformou as relações entre as empresas e o poder público na época. Hoje por exemplo, se existe uma associação de transportadores, é fruto desta intervenção. As empresas se modernizaram na marra e as estruturas que eram familiares tiveram que se acostumar com os novos tempos, tornando-se mais profissionais. Se hoje o serviço em Porto Alegre não é o melhor do mundo pelo menos está funcionando satisfatoriamente.
Promessas
Eu e o Lilja resolvemos colecionar o material dos nossos candidatos. É mais por diversão do que qualquer outra coisa. Digo diversão, porque tem material circulando que é uma verdadeira piada. Mas como não podemos citar ninguém, depois da eleição poderemos até fazer um grande mosaico sobre o pleito de 2008. Se você quiser colaborar, deixe o material do seu candidato aqui no Diário, que será bem vindo.
A propósito
Falando em material de campanha, esta semana uma frase se juntou às máximas de cada maratona eleitoral, como “muro não vota”, “eleitor não dá recibo” e por aí vai. Esta semana um candidato lascou esta: “o povo gosta é de ver figurinha, ninguém lê santinho”. Me atrevo a corrigir o candidato. O povo gosta de ler material bom. Material ruim nem pra ver “figurinha” o eleitor pega!
Coluna publicada em 26 de julho de 2008.

Serasa Eleitoral (2)

Já pensou se fosse assim. Você chega a uma loja para fazer um crediário, comprar um televisor ou uma geladeira nova, e o atendente lhe informa:
- Sinto muito senhor, seu crédito não foi aprovado.
- Como assim? Não foi aprovado? Mas eu estou com todas as contas em dia, SPC e Serasa em ordem! – você responde surpreso.
- Parece que é o TRE...
- O quê? TRE!
Aí o vendedor te explica que agora o TRE está controlando os votos, se o político em quem você votou fizer alguma besteira, um deslize que seja, batata: quem votou fica com o nome sujo, até a próxima eleição. Ou até que o deputado, vereador, senador, ou sei lá o quê, seja cassado. Mas ninguém vai ficar sabendo em quem você votou. Só você e o supercomputador da Justiça Eleitoral. Seu voto vai ficar armazenado no banco de dados e ninguém poderá furar o sigilo, a máquina só informará que você votou mal pacas! Não diz nem que é o cara de pau do político! E vai trancar o seu CPF. Nada de compras pelo crediário. Nada de talão de cheques. Desta maneira você vai ter que puxar pela memória e tentar lembrar em quem votou.
Claro que isso é uma brincadeira, não existe a menor hipótese de isso acontecer, mas já pensou se fosse possível? Muita gente iria pensar duas vezes antes de emprestar seu apoio a este ou aquele candidato. E eles, os candidatos teriam que ter mais escrúpulos, para não colocar em risco a capacidade de compra de seus eleitores. Muitos escândalos e maracutaias talvez não acontecessem porque o eleitor seria mais fiscalizador. Não das atitudes políticas, mas pelo risco eminente de se tornar um freqüentador das listas do Serasa Eleitoral.
Fomos Enganados
A duplicação da RS040 já tem mais de 25 anos. Pois naquela época nos entregaram uma rodovia moderna, ampla e segura. Hoje em dia ela tem tantos nomes que confundem não só os forasteiros, mas também gente de nossa cidade. É Avenida Senador Salgado Filho, Rodovia Tapir Rocha e por aí vai. Antes era só a “faixa” pra Viamão.
Pois recebemos uma estrada e hoje temos uma avenida, a mais movimentada do município, com uma plantação de semáforos crescendo dia após dia. E dá-lhe engarrafamento e transito lento nas horas de pico. Culpa do crescimento econômico? Não mesmo!
O maior culpado da proliferação de sinaleiras é a falta de vias urbanas que liguem nosso município. Nossos planejadores municipais adoraram o presente que o governo do estado nos ofereceu na década de 1980 e esqueceram que a cidade cresceria e precisaria de mais vias. Esqueceram ou não acreditaram. Faltou visão não só dos técnicos que deveriam fazer soar o alarma do desenvolvimento, mas também dos sucessivos prefeitos municipais que esquentaram o banco, mas não pensaram grande. Nenhum foi visionário o suficiente para enxergar que o Condomínio Cantegril estava se transformando em um enclave urbano que separou a cidade. Nenhum se preocupou em ordenar o crescimento para que a cidade não se espraiasse pelos campos “encoxilhados” de Viamão.
Não temos um projeto a longo prazo para dotar o município de outra via para ligação dos “bairros” e nem tampouco um projeto de alargamento ou duplicação da RS040, pelo menos no perímetro urbano. E se você acha que é um exagero pensar nisso agora, é bom lembrar que a Terceira Perimetral de Porto Alegre, que já está estagnada, foi pensada em 1969. Ou seja: é preciso pensar com muitos anos de antecedência para não ser pego de surpresa. E ainda assim, correr o risco de não corresponder à demanda. Por isso cobre do seu candidato à prefeitura soluções não para os próximos quatro anos de seu mandato. Cobre soluções para o futuro.
Coluna publicada em 19 de julho de 2008.

MPV

Música Popular Viamonense! Quem usou pela primeira vez esta expressão (que eu saiba) foi a Gládis Helena, locutora da Viamão FM, lá no início da rádio, no Conversa de Bar, quando um montão de jovens e velhos músicos e compositores iam lá pra Rádio apresentar seus trabalhos. Apareceu tanta coisa boa que o Identidade Viamonense virou um programa que só toca música de Viamão. E tem muita música pra tocar! Mas você sabia que a música de um viamonense está entre as 100 maiores composições brasileiras de todos os tempos? Você já deve ter cantarolado:
“Me faz pequena, asa morena/me alivia a dor,
aliviando a dor que mata /me faz ser teu amor...”
Essa canção ficou famosa na década de 1980 na voz de Zizi Possi, e foi escrita por Zé Caradípia, que cresceu ali na Viamópolis, na Rua Tiradentes. Tenho que confessar que quando o entrevistei para a Revista Viamão, há quase dois anos, fiquei um tanto emocionado, pelo orgulho de conhecer o compositor deste verdadeiro tesouro. Se você colocar todas as músicas brasileiras, compostas em todos os tempos, em um quilo de arroz, as cem maiores cabem em um único grão. É neste verdadeiro Olimpo musical que está a pérola de Asa Morena.
Então Asa Morena só pode ser a maior música viamonense de todos os tempos! E aí vou me atrever a classificar a segunda maior composição. “Regime Fetal”, de Marcelo e Marquinho Binatti é indiscutivelmente, para mim, a segunda maior canção viamonense. E olha que só tomei ciência da música depois de conhecer a maioria das composições do Tio Marcelo. Há poucos dias Marcelo recebeu uma justa homenagem na Câmara de Vereadores, pelo seu belo trabalho nas cinco edições do Som do Pimpolho, a maior manifestação fonográfica que já aconteceu por estas terras, reunindo grandes artistas pra cantar com os alunos da Escolinha Pimpolho, da Santa Isabel. Regime Fetal tem 22 anos, mas se torna cada vez mais atual. Se você ainda não conhece, eu a transcrevo, mas vá atrás de uma cópia do CD do Femuvi de 1985. Vale a pena por ela e pelas outras composições.
“Tens Jesus, te traduz/ “Teimosia, amores e cruz”
De um Ortiz, vermelho diz/ Garrafais: Somos todos iguais!
Diferentes te comparam/ Com europas, cachopas de gente
És moldura das demais/ Na fome dos nossos jornais.
Verdes praças que te cercam/ De poeira, sangue e fé
De barreiras em distâncias/ Serás o que Deus quiser
De crenças, conservas, nuvens/ Santos, índios, velhos nomes
Assaltos, sarros prosseguem/ À noite o perigo dos “homi”
Nasce mais um dia/ Isso é que é paixão
Natureza dona da tradição
Nasce mais um dia/ Isso é que é paixão
Natureza chama: Revolução!
Voluntários dessa terra/ Peito encerra ódio e paixão
Crianças adulteradas/ Doutrinadas num sermão
Padre Bernardo, preito, prefeito/ No direito de falar
De culpados inocentes/ Tanta gente a nos julgar
Isabel, Elza e Cecília/ São mães, são vilas
Do mesmo pai
Tão temida Esmeralda/ Véu grinalda, triste vai
Aos pontapés, “palavrão”/ Lisboa, chão, Sabão, fiscal
E o alto preço da passagem/ Pra viagem capital
De paradas trinta e dois/ Ações, arroz, suor, enxada
Cruzados braços neste laço/ Passo a passo, estrada
Independentes esquecidos/ Num gemido dizem cantar
No sustento de outros tantos/ No entanto a explorar
Ante amigos foragidos/ Desprotegidos do saber
Do fumo, rola bola, história/ Nós agora... Reviver!
Isabel, Elza e Cecília/ São mães, são vilas
Do mesmo pai
Tão temida Esmeralda/ Véu grinalda, triste vai
Aos pontapés, “palavrão”/ Lisboa, chão, Sabão, fiscal
E o alto preço da passagem/ Pra viagem capital
Nasce mais um dia/ Isso é que é paixão
Natureza dona da tradição
Nasce mais um dia/ Isso é que é paixão
Natureza chama: Revolução!”

Identidade Viamonense é transmitido pela Santa Isabel FM - 91,7 todos os sábados das 18 às 20 horas.
Coluna publicada originalmente em 18 de agosto de 2007 e republicada em 12 de julho de 2008.