domingo, 29 de novembro de 2009

Colocando o blog em dia

Peço desculpas aos meus leitores pelo atraso nas postagens, mas ando numa correria que não dá tempo pra mais nada. Prometo não deixar isso acontecer novamente.

Balanço geral

Interessante esta eleição interna do Partido dos Trabalhadores, que ocorreu no domingo passado. Como diz um amigo, entre mortos e feridos todos se salvaram. Ao contrário do Hélio Ortiz, não me atrevi a nenhuma aposta sobre o resultado, mas acho que foi bastante positivo todo o processo. O mais interessante é que venceu a antiproposta, o antiprojeto para o PT. Sim, porque a proposta dos dois candidatos derrotados era de acabar com a situação em que se encontra a sigla em Viamão, com o diretório fechado e sem discussão interna dos rumos do partido e do governo. Aí o carinha saiu de casa, enfrentou fila e pagou a anuidade para dar o seu recado: deixa o partido fechado! Não tem outra leitura.



Só faltou berimbau
Muito apropriada a cor das camisetas que identificavam o grupo de apoiadores do candidato vencedor. Todos de branco. Quem olhasse de longe até poderia pensar que se tratava de uma roda de capoeira. Só faltou o berimbau, porque rasteira teve aos montes.



Quinta coluna
Alguns analisaram a vitória de Zilmar como a demonstração de que a militância estava casadinha com as intenções do prefeito Alex. Mas não é bem assim. Vamos então aos números:
A organização e as correntes esperavam que o número de votantes, neste pleito, chegasse perto de 1200, quem sabe 1250. Apareceram, então, para votar quase 400 petistas a mais e o número final de presentes foi de 1606. Temos que dar crédito à força da turma que apoiava Boscaini, pois o cálculo na outra ponta estava fechado. Não tinha mais de onde tirar eleitores, dizia a companheirada do Geraldo.
Só que a diferença entre os dois primeiros colocados foi de menos de 250 votos. Então cerca de 150 votantes que estavam na planilha de Alex e Zilmar, que foram resultado do “esforço concentrado” da chapa vencedora, acabaram votando em Geraldo Oliveira. O Hélio Ortiz garante que não, mas eu acho que a trairagem correu solta.

Colcha de retalhos
Dizem que as reuniões dos vereadores da segunda divisão, lá no Concivi, andam muito boas. Só fico bastante preocupado é com a colcha de retalhos que estão costurando em nome dos casos omissos e não contemplados no Plano Diretor. Para quem não sabe, o Plano Diretor em vigência ficou devendo toda a parte que determina o controle urbano. Gastaram muito tempo discutindo políticas públicas e deu no que deu. Agora tem que deliberar sobre tudo.
Desse jeito seria mais produtivo e, principalmente, honesto com a cidade, se começássemos a discutir um novo Plano. Já temos amparo legal para isso, falta só vontade política e vergonha na cara.

Tarumã e Stock Car
Acho que a decisão da categoria de dispensar Tarumã do calendário, alegando falta de estrutura, é questão extramuros, mas ainda assim municipal.

Coluna publicada em 28 de novembro de 2009.

Poderosos

Ah, o poder! Que estranha magia envolve esta palavra. Muitos já morreram , e por certo, mataram para sentir o gostinho de mandar, de ter suas vontades pessoais concretizadas pelas mãos de terceiros. Sexo, dinheiro, saúde, nada disso consegue superar o prazer de poder mandar. Até porque estas três coisas quem tem poder, consegue de barbada. E num país onde não existe a democracia, como o Brasil, o poder é ainda mais interessante. E não existe nos Poderes (aqueles três: Executivo, Legislativo e Judiciário) quem não se assanhe, sentindo que pode manejar os títeres do mais reles mortal. Nem o MP escapa. Pode acreditar.
Mas se você é daqueles que considera ruim a disputa pelo poder, está muito enganado. O que estraga realmente a relação dos seres humanos com o poder é o medo que algumas criaturas têm de, na verdade, perder a boquinha. Não querem por nada deste mundo perder a oportunidade de estar por cima. E esse medo é que estraga a brincadeira. Perpetuar-se no poder, passar para a posteridade como um ser infalível e poderoso acaba estragando a mente da rapaziada.
E aí eles ficam enxergando anãozinho atrás de suas escrivaninhas e a máquina emperra. Pronto! Agora só o que move estas pessoas é o medo que se estatelarem na rua da amargura. E sem o seu pirulito.


Poder paralelo
Dizem pelos corredores do poder que tem secretário que está trabalhando em uma só demanda. O resto foi transferido para uma secretaria paralela, com as mesmas atribuições, paraoficial. Eu tô achando que este secretário vai passar em branco. Nem o caneco vai entregar.


A última Stock Car em Viamão
Infelizmente pode ser que a corrida deste final de semana em Tarumã seja a última da história da Stock Car em nosso município. Andei ontem à tarde pelo autódromo e é notável a falta de estrutura da nossa pista. Foi concebida no tempo que o automobilismo brasileiro era tocado pelos entusiastas, numa época romântica, vamos dizer, e não conseguiu acompanhar o profissionalismo imposto pelos grandes inesvtidores da mídia e do espetáculo.
Sem querer achar culpados, nesta hora, volto a afirmar: temos que nos apropriar deste equipamento que muitas cidades dariam uma perna para ter em seus territórios. Depois não adianta chorar.


Piadinha do temporal
Essa me contaram e quero partilhar com os leitores. Contam que na manhã de quinta-feira, antes do temporal, um conhecido político viamonense e agora dissidente em seu partido, resolveu dar uma volta pela cidade. Foi ao Autodromo de Tarumã e elogiou toda a estrutura montada. Depois passou pelo sítio do Zé Fernando, o nosso querido Carteiro, e se encantou com toda aquela beleza natural e antes do meio-dia, encontrou o gerente da CEEE, o competente Mauro Chaves e o parabenizou o excelente trabalho da estatal em Viamão.
O resultado dos elogios, segundo os analistas políticos, puderam ser vistos depois do vendaval.


O dirigente da rodada
O título hoje vai para o Nairo, dono do Flamenguinho, que remontou o seu time, com novas figurinhas, e classificou o time da Santa Isabel para a próxima fase do Municipal. Dá-lhe Flamenguinho!

Coluna publicada em 21 de novembro de 2009.

Balzaquiana

Excelente a audiência pública sobre as rodovias estaduais que aconteceu na terça à noite, na Câmara de Vereadores. Sobre o asfaltamento até Itapuã da RS-118, acho uma pena que ele não seja pelo trajeto do Passo d’Areia. Por este tradicional percurso, iria levar mais progresso para a nossa zona rural, mas fazer o quê, o importante é que estamos na iminência de vermos esta obra concretizada.
Já a respeito da RS-040, que vai receber uma série de modificações em seus trevos, aí eu começo a me assustar. Ouvi muitos falando dos perigos e dos buracos da nossa mais importante via de ligação com Porto Alegre e não pude rebater, lá no plenário, algumas colocações. Considero a nossa RS-040 uma das melhores rodovias do Estado e também uma das mais conservadas.
Conservada no sentido de que ela, apesar de estar quase completando 30 anos, tem sua estrutura intacta. Poucos trechos dela foram restaurados ou precisaram de alguma ação mais incisiva. Onde foi retocada, foi onde outras intervenções aconteceram, podem conferir!
Outra coisa que está acabando com ela é a contínua ocupação sem planejamento dos acostamentos. Você vai notar, que em toda a extensão, a ocupação comercial e residencial, acaba jogando areia e água (quando chove) para a pista. É verdade! Os mais antigos vão lembrar que essa quantidade de água que a gente vê hoje em dia sobre a pista, quando chove, não existia. A estrada foi muito bem planejada, o que não foi planejada foi a ocupação de suas margens, pois hoje todo mundo joga os excessos das chuvas sobre a coitada da RS-040, sem nenhuma rede de escoamento pluvial. Se era obrigação do Daer ou da prefeitura pensar nisso eu não sei, nem quero saber.
Agora prometem cortar novas rótulas, deixá-las mais longas para melhorar o tempo de travessia dos carros. Será que terão o mesmo capricho do projeto original? Fizeram isso ali na entrada para o Cocão e o asfalto não está agüentando o tirão. Outro ponto que não foi tocado sobre a RS-040: o asfalto nas paradas de ônibus está, em sua maioria, deformado pelo peso e pelo tráfego. Ali teriam que encontrar uma solução, mas talvez fique para uma próxima audiência.

Apertados
Voltemos à audiência publica, mas agora para do espaço que a Câmara ocupa. Fica desconfortável colocar mais de cem pessoas no Plenário. Ta na hora dos nossos edis pensarem em uma nova casa para o parlamento municipal, até porque na próxima legislatura serão 21 vereadores se acotovelando no segundo andar da prefeitura.

Pra minha mãe, pro meu pai e pra você...
Um abraço especial para os viamonenses que se destacaram na TV esta semana. Principalmente os que brilharam no JA.

Eu acredito em Papai Noel
Me contaram que na conversa do prefeito com o Papai Noel, domingo passado, Alex pediu para o bom velhinho adiantar o presente dele para o dia 22 de novembro. O que será que o prefeito pediu? Sei não, tem gente que acha que o nosso prefeito não tem se comportado direito e não merece presente.

Dirigente da Rodada
O dirigente da rodada desta semana é o roupeiro, massagista do Allanbik, o Rafa Gall. Seu time é o único invicto no certame municipal de futsal, no CeMuCulDouCarPinMennet. Grande favorito ao título.

O colunista adverte
Apesar da campanha, minha torcida ainda é pelo Flamenguinho, único representante da Santa Isabel no campeonato.
Coluna publicada em 14 de novembro de 2009.

sábado, 7 de novembro de 2009

Rir ainda é o melhor remédio

No final do ano passado, durante a Conferência Municipal do Turismo, realizada na PUC-Viamão, em um dos grupos de trabalho e discussão de que participei, levantamos a questão que Viamão não teria (ainda) um animal símbolo, algo que representasse nossa cidade, uma mascote que pudesse ser explorado turisticamente. Algo que atraísse a atenção de quem chega ou tem vontade de conhecer nosso município.
Uma idéia me veio à cabeça:
- Por que não a mula?
Alguns dos colegas de debate deram de ombros, acharam que eu estava brincando, mas outros, percebi, ficaram um tanto ofendidos com a colocação.
Não estava brincando, com certeza. Não podemos esquecer que os muares foram uma das riquezas de nossa terra, quando tudo que interessava à Coroa Portuguesa eram as maravilhas, em ouro e diamantes, que as Minas Gerais produziam. Tanto que uma mula “bem formada” valia uma boa quantidade de escravos. Daqui da região dos Campos de Viamão saiam as grandes tropas que abasteciam o mercado sorocabano de mulas, que por sua vez abastecia às Minas Gerais.
Mas isso não vem ao caso. O que interessa, e quero voltar ao início, é a reação das pessoas. Aquelas que se fizeram ofendidas. Paro aqui para fazer uma afirmação: Não sabemos rir de nós mesmos! Não estou falando da espécie humana. Estou falando do viamonense. É verdade. Prova disso é que talvez você esteja agora ofendido com essa afirmação.
Li há poucos dias uma entrevista do Chico Anysio, enquanto esperava em algum lugar que não vem ao caso, quando lhe perguntaram como ele explicava o fato de brotarem tantos humoristas e comediantes das agrestes terras nordestinas. Para Chico isso é um subproduto da seca e da miséria. As pessoas estão tão acostumadas, tão íntimas das agruras da fome e das doenças, que só lhes resta rirem. Rir da morte, rir das cotidianas condições de subsistência. Talvez isso também explique o humor judaico, sei lá.
Mas o fato é que o viamonense não ri dele mesmo. Claro que damos boas risadas de nossas estripulias, dos amigos, de algumas situações. Mas não sabemos rir de nossa condição. De nossa relação com Porto Alegre, de nossos problemas diários, de nossos políticos, de nossas personalidades locais. Somos a capital do “dê-se ao respeito”. Já notaram nossa imprensa? Não temos chargistas que retratem nosso dia a dia, algo pitoresco, porém, relevante. E aqueles que ousam tentar não encontram nem material quanto mais espaço para divulgação. Alguém conhece alguma caricatura de alguma personalidade política de Viamão? De alguma figura da sociedade viamonense? Se elas existem estão guardadas para consumo interno, familiar.
Quando estávamos na escola sempre tinha aquele cara que colocava um apelido e que nos molestava diuturnamente. E se deixássemos transparecer nosso desconforto, aí era pior. Aprendi que se brincarmos junto, aproveitarmos a “zoação” para purgarmos nossos males, a “fúria” dos inventores de apelidos e piadas fica neutralizada. Mas nós, viamonenses, não! Não brincamos, sob hipótese alguma. Até achamos graça, afinal somos “seresumanos”, mas não incentivamos. Vai que alguém vire a metralhadora para dentro da trincheira.
Coluna publicada originalmente em 26 de junho de 2007.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Descentralizar

Sou defensor da descentralização do nosso município. Até porque esta descentralização já aconteceu, vide a força de alguns núcleos que cresceram sem nenhuma preocupação com o distrito sede. Santa Isabel, Viamópolis, Cecília, Augustas, Elza, Águas Claras. Exemplos não faltam, uns com mais sucesso, outros ainda engatinhando, mas todos conduzem naturalmente o seu desenvolvimento.
Além de descentralizador sou a favor (já disse isso) da libertação de Itapuã do julgo viamonense. Até já prometi para o vereador Geraldo Oliveira que vou continuar lutando para que Itapuã tenha, em breve, não apenas um vereador, mas sete! É uma questão de tempo apenas.

Poderes públicos
Mas quando eu falo em descentralizar, não falo somente na iniciativa comercial de estabelecer novos pólos. Estou me referindo à falta de vontade política de nossos governantes de desbravarem novas frentes para que os serviços também se espalhem pela cidade. Hoje, com exceção da Saúde, que está lá na parada 44, tudo o mais está no Centro. Até as patrolas (veja você, caro leitor) dormem em área nobre, no coração da cidade, e se deslocam do parque de máquinas, todos os dias, mais de quinze quilômetros, muitas vezes, para atender as solicitações dos moradores de nossas vilas.

Centro anêmico
Quem é contra a descentralização alega que o comércio do Centro morreria à míngua se os poderes públicos saíssem dali. Que este pólo comercial e de serviços só sobrevive porque os funcionários públicos movimentam o Centro. Mas e as outras regiões, que até hoje se desenvolveram sem uma repartição pública?
Eu particularmente tenho uma teoria que explica esta concentração de poder lá na sede. Nossos antigos governantes, com medo de possíveis desmembramentos dos distritos e a perda de equipamentos importantes para a máquina pública, não deixaram que nada fosse edificado longe da Praça Júlio de Castilhos. Isso explica porque não temos nada além de escolas e postos de saúde em nossas vilas. Até o Ginásio de Esportes (ou Centro Municipal de Cultura, que seja) foi fundado lá num sangão, perto do Açude Tarumã. Nada para as vilas. E o pior é que os novos governantes também agem como os velhos capelistas.

O dirigente da rodada
Como não entendo muito de futebol, vou me isentar de escolher um craque durante as rodadas do Municipal de Futsal, lá no CeMuCulDouCarPinMennet. Mas me disponho a escolher um dirigente em cada rodada, pela sua atuação no certame. Esta semana o “cartola” que merece a distinção é o Carlão, manager do Penharol/Rasquinha. Brilhante atuação durante a apresentação do seu time contra o representante de Itapuã.

O Nelson tem razão
Sou obrigado a concordar com o meu amigo e secretário municipal de transportes, Nelson Souza, que diz que os nossos azulzinhos não andam por Viamão procurando carros para multar, referindo-se à suposta perseguição alegada pela querida vereadora Belamar Pinheiro. Eu que costumo circular por todo o município sou testemunha de que os fiscais de trânsito não andam pelas ruas.

Dois pelo preço de um?
Quem será que levou desconto nas apresentações que a banda Cia Show 4 acertou na cidade? O prefeito em sua festa particular de aniversário ou a Prefeitura que vai trazer o conjunto musical para tocar na Santa Isabel, dia 29 de novembro?
Coluna publicada em 31 de outubro de 2009.