sábado, 27 de fevereiro de 2010

Poucas palavras

Etilicamente falando bebi muito pouco na minha vida. Dos vinte um aos vinte e oito anos, só isso. Um dia cheguei à conclusão que não valia a pena. Álcool é pra quem gosta e eu definitivamente não gosto. Nem como bengala, para desinibir no grupo, a cerveja fazia a minha cabeça. Descobri que papo de gambá começa a ficar chato depois de trinta minutos. E essa regra valia mesmo quando eu era o protagonista das conversas.
Também depõe contra mim (ou a favor) o fato de nunca ter usado qualquer tipo de drogas. Nem cigarro, que juridicamente não é droga e nem é ilícita. Então nunca “viajei”, como dizem. Sei lá, nunca tive vontade de experimentar. E também, por incrível que pareça nunca me ofereceram. Os poucos amigos que usavam sempre tiveram a decência (usuário de drogas tem decência?) de não consumirem perto de mim. E acabei nunca atravessando a “fronteira”. Estes mesmos amigos, quando conversávamos sobre o problema das drogas, se admitiam a fraqueza, me diziam que eu não deveria experimentar, que aquilo não era bom e ia acabar me estragando a vida. Acreditei e continuei distante. E agradeço a preocupação deles. Estavam certos.
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O problema de quem não bebe, não fuma e não “viaja” é que não tem desculpa para suas declarações ou atitudes. Não adianta. Neguinho além de ser um chato de galocha é cobrado por tudo o que fala ou escreve. E não tem conserto. “Pô, dá um desconto, o cara tava pra lá de Bagdá, Não queria dizer aquilo”. Não tem conversa. Ou se entrar num supermercado e acabar com a seção dos hortifrutigranjeiros? Nada justifica. Quem vive de cara limpa tem que agüentar as conseqüências, não pode vacilar.
Por isso muitas vezes a saída é usar do bom humor (ou mau humor, também, que seja!) para algumas declarações. Assim, com certa ironia, as pessoas podem ficar em dúvida se você está realmente falando sério. E fica mais fácil a absolvição por qualquer esparrela. As declarações acabam perdendo a dramaticidade.
Entendidos
Gurizada tá pegando no meu pé porque agora virei, segundo eles, comentarista de Carnaval, mas não sei a diferença entre paetê e lantejoula. Não sei mesmo. E até nem me preocupo com estas questões. A discussão que tentamos promover é mais profunda, sobre a cultura carnavalesca que é muito forte em Viamão, ainda que alguns não acreditem. Ainda assim, não fico incomodado com algum rótulo de “entendido” em Carnaval. Até porque a formação de arquiteto é tão ampla que abrange muitas manifestações e ajuda a treinar a mente para o bom gosto. Até serve de sugestão a algumas figurinhas locais: façam arquitetura!
Jogar para a galera
Meu amigo Sérgio Freitas, o popular Branco, secretário da Cultura ensaiou uma enquete durante o seu discurso, na abertura do Carnaval Xô! que a prefeitura organizou na Santa Isabel. Ao microfone, Branco afirmou que os “entendidos” de carnaval em Viamão querem tirar o desfile da Avenida Liberdade e perguntou para o público presente o quê eles achavam, e a galera que ocupava as arquibancadas, gratuitamente, para ver quatro mirrados desfiles, respondeu que não deveriam retirar o carnaval da Santa Isabel, obviamente.
Ampliar a enquete
Pois eu acho que o Branco deveria ampliar, então, este debate e se preocupar também com a opinião dos outros. Tem que perguntar para os comerciantes que tiveram o comércio prejudicado pelo fechamento da Liberdade. Para os taxistas, para os motoristas, para os usuários dos ônibus e depois repetir a enquete lá no Centro e nas demais vilas de Viamão. Aí sim vamos ter o povo representado nesta pesquisa que ele começou.
Domingo é o canal
Se querem fazer o desfile na Santa Isabel, porque não fazem então no domingo à tardinha. Não atrapalha o comércio e a Liberdade já é impraticável neste dia, tomada por carros, motos e algazarra. Outra sugestão é que façam o desfile entre a Rua Diamantina e a Padre Guilherme, na altura do número 2037. Ali não tem como atrapalhar a mobilidade e o trânsito, pois se trancaria apenas uma grande quadra. Olha só! Virei entendido de trânsito também.
Coluna publicada em 27 de fevereiro de 2010.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

De bom tamanho

Não dá para reclamar da sétima colocação da Unidos de Vila Isabel, no Carnaval de Porto Alegre. A posição nos impede de retornar, entre as seis primeiras, para o desfile das campeãs hoje à noite, mas temos que considerar ainda que fomos a mais bem colocada entre as escolas de fora da Capital. E aí temos que lembrar que estas escolas das outras cidades da Região Metropolitana, segundo alguns integrantes da Vila Isabel, recebem muito mais apoio, não só de suas prefeituras, mas também da comunidade. E isso faz a diferença.
Não acho que a prefeitura tem a obrigação de injetar grana na Vila. Mas acho que tem que fazer mais por esta agremiação. Se nós somarmos toda a exposição na mídia televisiva, durante o ano, acho que este valor não chega nem perto de uma hora e dez minutos, tempo que a Vila Isabel ocupa durante os desfiles de carnaval, em rede estadual. E olha que eu nem estou contando a matéria que a RBSTV exibiu no Jornal do Almoço, que passou dos dez minutos e as vinhetas da escola de samba.
Nota Déisss!
O que nós temos que lamentar, na verdade, é a falta de notas máximas nos quesitos julgados. Nossa bateria, que nos anos anteriores recebeu festejadas notas ‘dez’, este ano ficou devendo, e olha que estava primorosa, na minha opinião. Outros quesitos que sempre ajudaram na pontuação da Vila também não mostraram toda a sua potencialidade e isso foi sentido em toda a escola.
Se no ano passado a Vila Isabel mostrou muita garra, com paixão à flor da pele, com todo mundo querendo dar tudo de si por uma boa colocação, este ano senti que os integrantes e a coordenação estavam um pouco desanimados. Acho que já sentiam que seria difícil fazer um grande espetáculo. A Vila chegou ao seu limite, com o que tem à sua disposição. Para fazer melhor, precisa de mais. E parece que infelizmente, em Viamão, vai ser difícil ter mais.
Do lado de fora
Eu e o Daniel Hilário fizemos uma conta sobre o número de integrantes da Vila. Andando pelo Porto Seco, no barracão da escola, a gente percebe que para cada três componentes que vão desfilar, existe um que vai para ficar do lado de fora. É a namorada do ritmista, a amiga da passista, a mãe do destaque. Esse povo não entra na passarela, fica do lado de fora e corre da concentração para a dispersão, para acompanhar, pelo menos estes dois momentos da Vila Isabel.
Então se a Vila chega para o desfile com 1100 componentes, ficam de fora e poderiam estar engrossando o nosso exército de foliões, no mínimo, mais 350 integrantes. Essa gente tem que se alistar nas fileiras da alegria ou vamos acabar com uma escola minguada e com sérias chances de não participar do “super” grupo, previsto para 2013.
O trânsito, de novo
Boa a reportagem do DV sobre os gargalos do trânsito, aqui do Centro. Ontem pela manhã fiquei quase duas horas parado na esquina da Cirurgião Vaz Ferreira com a Gal. Câmara, atrás da Igreja Matriz. Neste período cinco carros e mais uma meia dúzia de motocicletas não respeitaram as orientações do trânsito e entraram em ruas daquele entorno na contramão, ou descendo a Crescêncio de Andrade ou tomando a José Marcelino de Figueiredo, para acessar a José Garibaldi.
Conversando com um comerciante da região, tentei justificar os erros dos condutores, percebendo que a Corsan está fechando trechos da Vaz Ferreira, para a instalação da moderníssima rede de esgoto cloacal que começa a funcionar em 2011, mas este logo interrompeu:
- Que obra que nada! Quando não tem obra eles também entram na contramão para atalhar. Disse o comerciante.
Aí fica difícil, ainda mais sem fiscalização.
Cine Santa Isabel
Para quem não vai ao litoral este final de semana, uma boa dica é assistir ao grande indicado ao Oscar deste ano, Avatar, que ainda está em cartaz no Cine Santa Isabel.
Não é 3D, mas vale a pena e comparando com os preços dos cinemas de Porto Alegre, é praticamente de graça: quatro pilas! E ainda tem um excelente ar condicionado e uma gostosa pipoquinha com guaraná. Vai lá e te diverte!

Coluna publicada em 20 de fevereiro de 2010.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Engarrafamento de idéias

Enfim as entidades que representam os comerciantes se manifestaram a respeito das mudanças do trânsito e não é de estranhar as considerações feitas pelos presidentes da Acivi e Sindilojas. Na minha visão, a principal queixa das entidades foi quanto aos estacionamentos. Ou a falta deles.
Correta a manifestação do André Pacheco, lembrando que o certo seria privilegiar o caminhante, melhorando as calçadas das ruas centrais. Ele usou Porto Alegre como exemplo, onde o trânsito é reduzido, em prol do pedestre. Só não podemos esquecer que Viamão não tem uma densificação tão expressiva como a Capital.
E isso é decorrência não só do planejamento urbano. O mercado, como um todo, tem grande influência nesta condição e o que vemos aqui em Viamão é uma baixa ocupação territorial, o que não justificaria esta ansiedade do Governo Municipal de ampliar o nosso centro comercial. Prova disso são as verdadeiras “chácaras” que existem em plena Vila Setembrina. Sem contar com o grande latifúndio que é o terreno da empresa de ônibus.
Uma informação que o André Pacheco, que representa também o setor imobiliário, poderia nos passar é a velocidade de relocação dos imóveis aqui em Viamão. Isso porque a gente vê um monte de lojas que fecham suas portas e seus espaços não abrem mais, vide a antiga loja da Colombo. Esta velocidade é um dos fatores, entre outros, que justifica a expansão e a criação de novos pontos comerciais.
Maurício Della Cesare
Considero um desrespeito ao contribuinte e uma imoralidade no uso de veículos públicos. Me contaram que numa estranha “cortesia” da empresa que vende os carros para a Prefeitura de Viamão, a frota já vem da loja equipada com película escura nos vidros. E não é uma película qualquer. É a mais escura e fora da norma possível.
Eu sou contra este tipo de filme nos vidros de qualquer automóvel e considero o uso de películas em carros oficiais um desrespeito com o povo. Nem no carro oficial do prefeito, deveria ter proteção nos vidros. Afinal, quem está a serviço do povo não pode se esconder atrás de vidros escuros. É uma imoralidade!
Os carros mais antigos da frota, também estão sendo escurecidos É só circular pelas ruas do município para ver os carros da Prefeitura com seus vidros escuros.
Acho que a “transparência” (gostei do trocadilho, Maurício) das administrações públicas passa também pela visibilidade dos seus servidores quando em serviço. Com este filme não sabemos quem está dentro dos carros ou o que está realmente fazendo. E se a razão é o conforto térmico dos tripulantes do automóvel já existem filmes transparentes, que não deixam os vidros escuros e não deixam os raios ultravioletas e os infravermelhos entrarem nos carros.
Sarita Truillo
Senhor Eduardo, o senhor não se cansa de só criticar o que a prefeitura faz? Será que não existe nada que possa ser elogiado? O senhor é muito cruel quando não reconhece os avanços que temos alcançado nesta administração. Eu sinceramente fico chocada com a sua má vontade e volta e meia me pergunto a serviço de quem o senhor estaria.
Pessoas como o senhor, nem deveriam ter espaço para escrever estas barbaridades. Parece que está sempre de mal com a vida e não enxerga as coisas boas que estão acontecendo em nossa cidade, fruto da dedicação de nosso prefeito.
Estou pensando seriamente em abandonar a leitura de sua coluna, que é um espaço que você (Ué! Antes era senhor) usa para perseguir as idéias e realizações petistas.
Marcos Ubirajara
Escobar, depois de conferir as mudanças do trânsito do Centro, fiquei preocupado com as intenções de mexerem aqui na Santa Isabel também. Sinceramente o povo agradece, mas preferimos deixar como está.
Aproveito para perguntar se não vão proibir o estacionamento ali em frente ao Paradão da Bento, pois está difícil de passar ali e vai ficar pior ainda quando a cidade voltar a funcionar em março.
Muita calma nesta hora
Pessoal, foram só umas modificações no trânsito. Ninguém construiu um muro dentro de Viamão. Dá para refazer tudo! Se não for nesta administração, se o próximo prefeito quiser, pode voltar tudo como era antes. Nossos filhos e netos nem vão perceber.

Coluna publicada em 13 de fevereiro de 2010.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Plano B

Nunca escondi que não gosto do Plano Diretor, construído com a participação popular em 2006. Sabem disso os técnicos da prefeitura, os meus colegas de profissão e os vereadores. Aí quando me perguntam algo sobre o Plano, sabem que vou criticar. E se perguntam o que é preciso fazer, respondo prontamente que temos que reformar esta lei. Não há nada mais a fazer.

Agora a Prefeitura acena com a possibilidade de reforma do Plano Diretor e até marcou uma série de reuniões para ouvir a comunidade (só falta avisar a população), e se vocês pensam que estou animado com a decisão, estão todos enganados.

Primeiro porque a reforma desta lei (a 3530/2006) tinha que ser convocada durante a Conferência Municipal da Cidade, realizada em dezembro do ano passado. Lá é que deveria ter sido deliberado o calendário das reuniões, o regimento dos encontros e como de daria a participação da comunidade.

Alguns conselheiros do Concivi dizem ser desnecessária esta formalidade, mas convenhamos, o foro legítimo para assuntos desta natureza deve sempre ser a conferência, pelo menos para que a representatividade seja assegurada à população.

Depois porque nestes três anos de existência da lei o que nós queríamos mesmo, ver implementadas, eram as leis complementares previstas na redação do Plano Diretor. Nada avançou nesta cidade pela falta destas leis complementares. E não adianta dizer que dava para se virar com o que já existia porque é uma desculpa esfarrapada. Nosso Código de Obras (que deveria ser revisado há dois anos, conforme o Plano Diretor aprovado) já perdeu sua razão de existir. O microzoneamento, tão necessário, jamais foi incluído em qualquer discussão. Então convocar a população para reformar uma lei que nem conseguiu ser aplicada em sua plenitude é, no mínimo, falta de bom senso.

Uma saída para Viamão

Achei que iam parar, mas depois das mudanças no trânsito, do Centro, o pessoal voltou à carga pedindo para que eu coloque aqui na coluna as impressões (não as minhas, as deles) sobre as reformas. No geral, o pessoal está preocupado com a falta de informações e que está difícil cruzar a cidade já que, segundo a maioria, a intenção parece ser facilitar a vida de quem quer sair de Viamão.

O nó do Hospital

Não tinha entendido o porquê da SMTT não incentivar o uso da Coracy Prates da Veiga como acesso ao Hospital, para quem vem pela Bento Gonçalves. Passei pela rua que fica bem em frente ao portão da Emergência, esta semana, e entendi o motivo. Se carros estacionarem nos dois lados da via, não dá pra passar. A rua é muito estreita. Só proibindo o estacionamento em um dos lados.

Também ficou perigoso o encontro da Isabel Bastos com a Bento. Quem vem da primeira entra direto e não respeita a preferência e a placa de pare, na esquina da Bento Gonçalves.

Cadê a vaga que estava aqui?

Se eu não me engano, uma das promessas do Executivo, com as mudanças, era permitir que em alguns lugares, voltasse o estacionamento oblíquo, como ocorria antigamente defronte o Nacional.

Vou esperar uma manifestação da Acivi e dos comerciantes do Centro, mas eu tenho a ligeira impressão que, ao contrário do que foi dito pela administração municipal, não aumentou o número de vagas no Centro. Parece que muitas evaporaram com as reformas do trânsito.

Coluna publicada em 06 de fevereiro de 2010.