quinta-feira, 29 de abril de 2010

Novo modelo

O leitor Jair Della Cesare manda, por email, suas considerações a respeito da participação popular nas decisões da cidade. O Jair diz que está frustrado com a baixa participação popular e considera “jogo de cena” a realização do Orçamento Participativo em nossa cidade. A seguir a proposta do Jair:
Amigo Eduardo. Proponho a dissolução da Câmara de Vereadores, como a conhecemos e no seu lugar criaríamos um Conselho de Gestores de bairro. Cada bairro, de acordo com as seções eleitorais, elegeria um gestor e um subgestor. Numa cidade como Viamão, teríamos mais de 300 representantes.
Estas pessoas teriam uma verba que seria a média de custeio dos últimos três anos da Câmara de Vereadores, dividida pelo número de gestores de bairro. Supondo que são 300 os bairros de Viamão, dividindo o valor de R$ 6 milhões de orçamento anual da Câmara, cada um receberia R$ 20 mil durante um ano para custear instalações, serviços e, se necessário, sua equipe. Este orçamento seria controlado por um conselho fiscal do bairro que aprovaria as contas e todo caixa seria disponibilizado na Internet, bem como as propostas dos moradores dos bairros.
O que poderia melhorar? Bom eu garanto que ao saber que meu vizinho, é o meu representante no Conselho de Gestores da cidade, eu vou exigir dele diariamente e pela internet, que cobre as melhorias do Executivo, como a comunidade assim desejar.
Tenho certeza que teríamos mais controle sobre as verbas, os votos e dificultaria sobremaneira que se montassem grupelhos que se perpetuam no poder, como acontece hoje. Não é possível que 14 pessoas sejam ungidas e decidam o destino de 260 mil habitantes. Proponho uma ação popular para mudarmos a lei e nos adequarmos à nova realidade. Não é por que nos foi imposta esta forma de governar que ela é a melhor. Pelo contrário. Está totalmente exaurida e falida.
Jair Della Cesare – Vila Monte Alegre
Boa intenção
Não dá para negar a boa intenção do Jair, mas não podemos esquecer que o modelo municipal está baseado no sistema utilizado em todas as esferas do poder. Teríamos que modificar todo o processo desde Brasília e isso é muito difícil. E resta ainda outro problema: como seriam feitas as leis municipais, um conselho com mais de trezentos representantes incentivaria demais a diversidade de opiniões e o consenso seria muito difícil e demorado de ser alcançado.
O poder é bom
Além do mais, meu caro amigo, o poder tem um sabor irresistível e com certeza, esses trezentos gestores iriam dar um jeitinho de se perpetuar no poder, e os tais grupelhos que tu mencionaste teriam campo e espaço para prosperar. Por isso não acredito que, algum dia, encontraremos o modelo ideal de democracia. Isso só o Hugo Chaves e o Fidel conseguiram.
Falando em Chaves
O companheiro venezuelano Hugo Chaves estreou no Twitter (aquela coisa chata e sem graça onde todo mundo segue todo mundo no ciberespaço). Até o fechamento desta coluna (bah!) o ‘Diabo’ já tinha oitenta e nove mil seguidores. Eu e o Daniel Jaeger brincamos: oitenta mil são funcionários públicos venezuelanos. Os outros nove mil são jornalistas que precisam estar atentos aos passos do líder bolivariano.
Em tempo
O meu endereço no Twitter é @escobarviamao e o do Daniel Jaeger é @blogdodaniel. Chique não?
Cartilhas
Os dois campeões de votos na eleição do Conselho Tutelar, na Sede e no Quarto e Oitavo Distritos, vão atuar conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente ou vão seguir a cartilha do governo municipal que empenhou todas as suas forças para eleger os candidatos “chapa branca”?
Antipichação ou cupinicida?
Para quê serve a tinta antipichação que usaram no Farroupilha Municipal? Poderiam utilizar os 72 mil reais que sobraram da reforma da escola e comprar Jimo Cupim. Tem gente na Prefeitura precisando.
Coluna publicada em 01 de maio de 2010.

sábado, 24 de abril de 2010

Cidadão de bem

O recente caso de agressão a um cidadão em estacionamento de um supermercado, em Porto Alegre, além de gerar uma grande onda de indignação (pelo menos por quinze minutos – até que a próxima barbaridade seja entregue, quentinha, em nossos lares) criou uma série de debates sobre a situação. Ouvi opiniões de todos os naipes e muitas delas de uma idiotice atroz, o que me credenciou para também registrar a minha.
Todos têm enaltecido a atitude do empresário agredido, e não poderia ser diferente, afinal é isso que esperamos de cidadãos conscientes. Que tenham capacidade de posicionamento quando alguém transgride as normas, e concordo com ele. Temos que externar nossa indignação, nosso descontentamento com os que teimam em infringir as regras da sociedade, ou criam uma tábua de leis própria, onde só valem aquelas que ele considera benéficas para a sua existência.
Mas e o resto? E a nossa vida em sociedade tutelada pelo Estado? Sim, porque se você esqueceu, nós seres humanos desde os mais longínquos momentos de nossa existência neste planeta, decidimos viver em sociedade e sob as asas do Estado organizado, seja ele teocrático, monárquico, beligerante ou um modelo mais recente: a tal de democracia.
Pois é quando este Estado protetor entende que não pode estar presente em todos os lugares, monitorando todos os cidadãos de bem (e os do mal também) é que se torna necessária a implantação de convenções que deveriam ser seguidas por todos e vigiadas por uma minoria delegada. O problema é quando esta minoria não age, ou se omite.
De uns tempos para cá um novo tipo de cidadão tomou conta das ruas. Até se organizaram em entidades não governamentais, buscando preencher o espaço deixado por este Estado, que cobra e recebe para agir e tutelar a sociedade. Não que eu considere esse modo de agir um gasto desnecessário, desviando de energia, não! Sou um incentivador destas manifestações, mas deveríamos primeiro cobrar das autoridades e das minorias delegadas que cumprissem com o seu dever.
Quantas vezes você não se indignou, também, com um motorista que ocupa uma vaga reservada? Ou com aquele cara que não levanta para dar lugar para uma gestante ou idoso, no ônibus? Ou ficou irritado com aquela fulana que entrou na fila do caixa com treze itens quando o cartaz dizia, em letras grandes e legíveis, que poderia passar somente dez produtos? O dia todo, a toda hora, estas infrações leves, pecadilhos do dia a dia, acontecem e continuamos nos indignado e não acontece nada.
Imagine se em todas estas situações a gente se dispusesse a agir como o empresário que reclamou o uso desvirtuado da vaga para pessoas portadoras de deficiência. E se para cada ação “cidadã” existisse uma reação bárbara e brutal, como a que aconteceu? Várias pessoas estariam se digladiando nas ruas, nos ônibus, nas filas dos supermercados e a nossa sociedade perderia seu valor, e nossas instituições, aí sim, estariam falidas.
Uma coisa que deu para notar nas imagens que correram o Brasil, na agressão do empresário, é que a segurança do estabelecimento, demorou ao reagir e socorrer o agredido. Talvez nem tenha agido, deixando a refrega para a Brigada Militar. E isso é que deveria nos indignar.
Quem deveria repreender o motorista desleal eram os seguranças do supermercado! Assim como quem deve esculachar o indelicado passageiro do lotação ou a dona de casa que quer levar vantagem na fila do mercado é o cobrador do ônibus e a funcionária que atende no caixa! Eles são a minoria delegada. Se as regras foram feitas para serem respeitadas por todos nós, na ausência do estado, são estas pessoas os agentes repressores destas infrações tão leves que chegam a ser ridículas.
Deveriam as autoridades, além de processar judicialmente este “cidadão” que perdeu a cabeça, atentando contra a vida de um semelhante, também questionar a atuação dos responsáveis pelo supermercado. A sociedade deveria se indignar é contra as instituições que prestam serviços à comunidade e vivem do lucro que estes serviços lhes proporcionam.
Não sei você, caro leitor, mas eu estou cansado de ouvir, de quem deveria fazer as regras serem cumpridas: “não posso fazer nada...”. Eles têm obrigação de fazer alguma coisa. Por menores que sejam as regras.
Zelo e atenção
Numa cidade tão carente de meios de comunicação é sempre bom ficarmos atentos com a condução de algumas rádios comunitárias que estão abrindo espaço desproporcional para candidatos e pré-candidatos às próximas eleições. Sem dúvida, não é o papel destes veículos.
Coluna publicada em 24 de abril de 2010.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Escola da Bica

Peço ao leitor que não me condene ou faça julgamentos preconceituosos. Já utilizei este espaço para elogiar ou valorizar a ação de alguns amigos ou personalidades viamonenses. E isso não é crime, pode ter certeza. Mas tenho uma obrigação íntima, muito pessoal de aqui, hoje, elogiar e parabenizar um grande amigo pela sua participação no processo de retomada das obras da Escola da Bica, na Santa Isabel.
Antes de ser convocado pelo Dédo para participar de todo o processo, aquele prédio pela metade, sem reboco, com as paredes caindo, era para mim apenas mais um monumento ao desleixo com a coisa pública. Já era coisa do passado, que nunca mais iria sair do papel, e se saísse seria mais uma gambiarra, aquela coisa que o viamonense já está acostumado: “vamos ver o que dá pra fazer...”, e assim a coisa iria se resolver.
Depois da primeira convocação e da visita aos “escombros” vieram outras inúmeras visitas e pude acompanhar toda a obra que foi entregue tão bela na semana passada. E tenho que reconhecer (não como agente político ou ligado a qualquer corrente ou partido), como amigo, o trabalho do Dédo, como um dos responsáveis por esta conquista. Sei que ele não é o único responsável pela conclusão da escola, mas quero aqui fazer justiça ao seu trabalho e ao seu engajamento neste processo. Parabéns Dédo, pela conquista e muito obrigado por me fazer enxergar naquele monte de paredes inacabadas o futuro de uma bela escola.
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Uma das vantagens da fotografia digital, que definitivamente sepultou o processo fotoquímico é que o resultado é praticamente instantâneo, ou seja, na hora o fotógrafo já sabe se capturou uma imagem pelo menos razoável do momento. Antes, teríamos que esperar o retorno das fotos do laboratório de revelação, para então termos certeza de que ficara satisfatório o resultado.
Na sexta-feira passada fui convocado às pressas para elaborar um material de divulgação da Escola da Bica, que foi inaugurada na terça-feira, com a presença da governadora Yeda Crusius. Capturei uma série de imagens do prédio e do entorno do educandário que serviram de base para o material. Na correria e na pressa para entregar o resultado à gráfica para a impressão, não perdi muito tempo avaliando a qualidade, mas depois com um pouco mais de tempo, fiquei tocado, não pela qualidade, mas pelo que representavam algumas imagens. O leitor já se deu conta de quanto tempo fazia que Viamão não recebia um investimento do tamanho do que foi feito aqui na Santa Isabel? Hoje temos a mais moderna escola de nível médio do Estado. Sua estrutura é de dar inveja a muitos outros municípios. E a promessa é de que será investido muito mais, pois em breve poderemos ter, ali ao lado, dentro do terreno repassado para a escola, um ginásio esportivo que servirá, com certeza, não apenas à Escola da Bica, mas também a comunidade isabelense.
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A edificação da Escola da Bica, imponente à beira do grande talude, naquele vale onde outrora existia o campo de futebol da Bica e a promessa de um grande espaço de lazer para a comunidade mudou o perfil da região e mesmo que não se transforme em um cartão postal (é só uma escola, dirão alguns) vai deixar sua marca no futuro da Santa Isabel. Por isso quando ando ali perto fico procurando um novo ângulo para contemplar o belo presente para a educação de nossos jovens. Assim como outros tantos pontos que existiam e que ficaram na saudade, encobertos pelo crescimento da nossa querida vila, um dia a Escola da Bica vai também ser absorvida pelo cenário urbano, mas a imagem que guardei, logo que foi inaugurada fica para a sua posteridade.
Emancipações
As turmas de Itapuã e Águas Claras marcaram presença no ato que foi promovido pela Associação Gaúcha das Áreas Emancipandas, na quinta-feira, na Assembléia Legislativa, quando novamente as áreas que pretendem a emancipação e a autonomia político-econômica pressionaram os parlamentares para que sejam revistas as leis que regulamentam a questão das emancipações. Ponto para nossos irmãos de Itapuã e da região de Águas Claras e Capão da Porteira. Quem ficar por último com a Vila Setembrina, que cuide da vovó.
Coluna publicada em 17 de abril de 2010.

Primeiro de abril!

Muito legal a brincadeira do Diário de Viamão, no dia 1º de abril. Roberto Carlos em Itapuã deu o que falar e muitas pessoas até acreditaram, muito por culpa do tamanho das letrinhas que denunciavam o trote no pé da página. Repercutiu positiva e negativamente. Houve quem dissesse que foi uma brincadeira de mau gosto e outros foram além e já debocharam das condições locais, argumentando que Viamão não teria estrutura para receber um show da envergadura de nosso Rei Roberto. Esses até foram, além e disseram que em Itapuã então, seria um sonho. Mesmo sendo brincadeira, mais uma vez fomos derrotados dentro do quartel.
Podemos sim!
Pois eu acho que podemos muito bem receber um grande show e não considero fora da realidade pensar em Roberto Carlos aqui em Itapuã. Há poucos anos empresários do show busines trouxeram para cantar nas ruínas de São Miguel, nas Missões, o tenor José Carreras o que levou milhares de pessoas para a região, lotando hoteis, pousadas e restaurantes. Quem conhece São Miguel, sabe que a estrutura turistica se restringe à exploração da historia do local e a cidadezinha não passa de duas dezenas de ruas e muitos campos de soja. Então porque não poderíamos receber um grande show?
Visão oficialesca
Muitos que se opinaram contra a nossa capacidade de organizar um grande espetáculo, que poderia trazer muitas pessoas para a nossa cidade, eu acredito que estão com os pensamentos amarrados às iniciativas oficiais, ou seja, acreditam que é competência dos poderes constituídos tomarem a frente desta ou de qualquer outro empreendimento de grande porte. Grande engano. Não precisamos da Prefeitura, ou de qualquer outra entidade oficial para apoiar iniciativas como estas. Precisamos é de dinheiro, e este dinheiro tem que vir de quem vai lucrar com isso.
Itapuã na vitrine
Ainda bem que o pessoal de Itapuã está se mexendo. Em 2010 comemoramos os 150 anos do Farol de Itapuã, os 120 anos da construção da Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, no centro da Vila e os 10 anos da Rádio Comunitária Itapuã FM. Em maio eles pretendem fazer uma série de eventos para marcar a passagem destas datas. A iniciativa é da comunidade e das entidades da região e a organização está correndo tranquila, sem a interferência dos poderes constituídos, que irão apenas apoiar o evento. Ponto para a comunidade de Itapuã, que sabe andar pelas próprias pernas.
Zambica não vai concorrer
E agora a política estadual. Cada dia fica mais longe a possibilidade do senador Sergio Zambiasi concorrer a algum cargo nas eleições deste ano. Zambica assinou contrato com a Record e a partir de janeiro do ano que vem assume as manhãs da Rádio Guaíba, e de quebra levou seu pupilo, Gugu Streit, da Farroupilha, para tocar as tardes. Vem aí uma nova Rádio Guaíba, mais popular.
Coluna publicada em 10 de abril de 2010.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Senil Capital

Não sei que acha o leitor, mas eu particularmente já estou farto desta gente que fica toda a hora lembrando que Viamão já foi capital do Estado. Essa história de Velha Capital está passando dos limites. Não que a gente não tenha que lembrar nossa história, mas se você parar para pensar, parece que na história da humanidade Viamão só teve dois momentos de brilho que merecem ser destacados: os dez anos em que foi o centro de referência da província e o período em que abrigou os revoltosos da Guerra Farrapa, quando mudou de nome e virou a Vila Setembrina. Depois parece que mais nada aconteceu. Nada mais fizemos que merecesse destaque na história?
Eu fico preocupado que nada mais tenha sido registrado. E até sobre a condição de capital da província, que decisões foram tomadas aqui que transformaram a vida dos gaúchos naqueles tempos? Parece que a mais importante decisão tomada pelos governantes foi transferir o poder para o Porto dos Casais. E o pior é que manteve a freguesia de Nossa Senhora da Conceição atrelada ao mando da nova capital, pois quase cem anos depois é que conquistamos a autonomia municipal.
E o resto? Tem que existir algo mais. Onde estão nossos historiadores e pesquisadores. Na Historia nada é definitivo, mas acho que esta regra não se aplica à nossa cidade. Temos que estabelecer de uma vez por todas o contraditório e incentivar a pesquisa seja de campo ou nos poucos e desconhecidos livros que escreveram sobre Viamão. Temos que deixar que as mais variadas teorias e versões sejam debatidas, desfiadas, até mesmo polemizadas. Este exercício é crucial para o nosso futuro. Não podemos legar às futuras gerações o vazio de nossa trajetória. Seria um presente maldito, com certeza.
Porto Alegre é que tem...
Quinta-feira, véspera de feriadão, seis e meia da tarde, saio do centro de Porto Alegre em direção à zona norte para depois retornar para Viamão. Fiquei 20 minutos parado na Avenida Independência e levei uma hora e meia para chegar em casa, via Protásio Alves. Se tem uma coisa de quê não sinto saudades é do trânsito da Capital. E não tem metrô que possa resolver a situação no futuro, infelizmente.
Graças ao bom Deus, a Equipe Técnica de Planejamento do Município de Viamão, assim definida pelo artigo 100º da Lei Municipal 3530/2006 (Plano Diretor), considerando a atribuição determinada pelo CONCIVI (Conselho da Cidade de Viamão), no artigo 2º da Resolução CONCIVI nº 03 está trabalhando para que nós viamonenses não tenhamos que, no futuro, sofrer com os congestionamentos em nossa cidade.
Piadinha para a Semana Santa
A alta direção da Parmalat mundial solicitou um encontro reservado com o Papa no Vaticano. Após receber a bênção, o presidente do conglomerado falou:
- Vossa Santidade, nós temos uma oferta. A Parmalat está disposta a doar 50 milhões de dólares à Igreja se Vossa Santidade mudar a frase da oração Pai Nosso, de '”o pão nosso de cada dia nos dai hoje” para “o leite nosso de cada dia nos dai hoje...”
O Papa indignado:
- Isto é impossível! A oração é a palavra do Senhor e não pode ser mudada.
- Bem, nós já prevíamos sua relutância e, por isso, nós aumentamos a oferta para 100 milhões de dólares.
- Tudo o que pedimos é que se mude a frase de pão para leite.
Novamente o Papa:
- Isto, meu filho, é impossível. A prece é a palavra de Deus e não pode ser mudada.
Finalmente, o executivo da Parmalat ataca:
- Vossa Santidade, nós da Parmalat respeitamos vossa fé, mas nós temos uma oferta final: doaremos 500 milhões de dólares para a Igreja Católica, simplesmente se a frase “o pão nosso de cada dia” for mudada para “o leite nosso de cada dia”. Por favor, pense nisso.
No dia seguinte, o Papa convoca o Colégio dos Cardeais:
- Tenho duas notícias para dar: uma boa e outra ruim...
Com um largo sorriso, o Papa começa:
- A boa notícia é que a Igreja vai receber uma doação de 500 milhões de dólares.
- E a notícia ruim, Santidade? - pergunta um dos cardeais.
E o Papa:
- Vamos rescindir o contrato com a Seven Boys!
Feliz Páscoa!
Coluna publicada em 03 de abril de 2010.

O mapa da cidade

Ninguém conseguiu ainda ultrapassar Mario Quintana, quando o assunto é cantar Porto Alegre. Fogaça bem que tentou, Kleiton e Kledir também. Até se saíram bem, mas em O Mapa o alegretense disse tudo o que se poderia dizer da Capital. Tá certo que eram outros tempos, outra cidade até, onde se podia andar pelas ruas do Centro sem se preocupar com os delinqüentes (naquela época só o punguistas praticavam a arte de surrupiar o bem alheio) mas é, sem dúvida, o registro definitivo desta Porto Alegre que ontem completou 238 anos.
Sou daqueles que aprenderam a amar Viamão na marra! A gente vem para cá e gosta, não tem jeito. Foi onde meus pais decidiram criar os filhos, aprofundar raízes, enfim, viver. E amo demais Viamão. E cada dia amo mais. Quanto mais a gente anda por esta terra, mais se encanta, mais conhece esta gente. Um exemplo é a Vila Elza, lá no cantinho, espremida na divisa com Alvorada. Conheci e me encantei com aquele lugar. Pena que não recebe a atenção que realmente merece.
Mas se amo nossa cidade, tenho que declarar que sou apaixonado por outra cidade. Sim! Porque amor e paixão são coisas diferentes, disso acho que ninguém duvida. E sou eternamente apaixonado por Porto Alegre, minha terra natal. Aqui ao nosso lado, monopolizando os olhares de suas vizinhas. Não dá para negar o magnetismo cultural e econômico da rainha da metrópole. Cultural porque é lá que está a vida inteligente do Estado. Sobra muito pouco para as outras cidades e o esforço tem que ser hercúleo para poder sobressair. Econômico então nem se fala, pois todos os dias, milhares de viamonenses são obrigados a enfrentar as caixas de vidro, metal e diesel que os conduzem aos seus postos de trabalho.
Mas não quero ficar aqui fazendo criticas. Quero é homenagear a outonal Porto Alegre, na semana de seu aniversário. Das filhas dos campos de Viamão é a mais próspera e sempre vai nos encantar, até porque não conseguimos desviar os olhos de seu brilho. E não há mais nada a dizer. Até porque, como já escrevi no início, Quintana já disse tudo!
Da gema
Esta semana o querido colunista das sextas-feiras, Rubem Penz, portoalegrense da gema, desperdiçou alguns de seus preciosos minutos com a choldra do DV. É sempre bom conversar com o Rubem e poder recordar um pouco da Porto Alegre que vivi em minha infância e adolescência. Foi muita conversa jogada fora, mas por bons motivos, afinal temos que de vez em quando reciclar a cachola, mas entre mortos e feridos, todos se salvaram. Temos que repetir estes encontros mais vezes meu amigo. E isso vamos deixar para o Dickow organizar.
Providências I
A turma que realiza o transporte escolar da Escola Adventista aqui da Santa Isabel está desde agosto do ano passado pedindo à prefeitura que instale uma placa na Barão de Belém, junto ao portão da instituição, para organizar o estacionamento dos veículos que vão buscar os alunos. Até agora nada! Há horas, também, estão pedindo que eu faça este registro, mas como sei que esta coluna não tem tanto prestígio assim junto aos órgãos competentes, escrevo para provar aos meus amigos que não vai adiantar reclamar neste espaço. Tá feita a reclamação.
Providências II
E também não vai adiantar pedir À prefeitura que dê um jeito na rua Chile, entre a Resende e a Barão de Belém, por onde saem os alunos do Adventista, seja de carro ou a pé. Não tem condições de transitar naquele trecho que é disputado pelos carros e pedestres, num aperto ocasionado pela falta de calçadas e a infinidade de buracos no leito da rua. A prefeitura bem que poderia notificar o proprietário da esquina da Chile com a Resende de que precisa fazer a manutenção das calçadas. E nem precisa ir até lá para comunicá-lo. É só descer ali na Smov e falar com ele pessoalmente.
O Maurício quer saber...
O leitor Maurício Della Cesare manda perguntar quando é que começam as obras do shopping da parada 50? Segundo ele, disseram que começaria em quarenta dias, depois da aprovação do projeto de lei que unificou os terrenos e mudou uma rua de lugar. Uma hora sai, Maurício. Uma hora sai.

Coluna publicada em 27 de março de 2010.

A diva

Emocionante o programa que marcou o retorno de Hebe Camargo, segunda-feira passada, depois do período de tratamento contra tumores descobertos no início do ano. A loira octogenária é patrimônio de nossa televisão, visto que é uma das poucas que reina, absoluta desde que o tubo de vidro bombardeado por raios catódicos foi implantado no Brasil, na década de 50, pelas mãos de Assis Chateubriand.
Não assisti até o final, mas a parte que vi foi suficiente para lamentar quão pobre anda a nossa tevê, não pelo que a Hebe apresentou, mas pelo que outros programas apresentam. Não sei, mas acho essa interatividade perseguida por muitos veículos de comunicação, com a internet, um tanto nociva para estas mídias. Eu ainda acho que tevê é tevê, rádio é rádio e jornal é jornal! Estes veículos utilizarem a web para ampliar o seu raio de ação até é valido, mas buscar conteúdo na rede internacional já está se tornando chato.
Tem gente que vai justificar que a originalidade hoje em dia está na produção caseira, que muita gente está aproveitando a ‘nuvem’ para se expressar, para mostrar ao mundo o seu valor, sua cultura. Não discordo. Só acho que junto com os exemplos positivos, tem muita porcaria também. E esta porcaria é que está poluindo a nossa tevê, porque na ânsia de parecerem moderninhas e democráticas nossas redes estão esquecendo que entretenimento é coisa séria.
Será o fim?
Às vezes fico imaginando o que será de nossa tevê quando não tivermos mais estes eternos ícones, criados quando a tevê ainda era em preto e branco, como Hebe Camargo e Silvio Santos
Avatar, a decepção
Muita gente acha que foi sacanagem o longa ( e põe longa nisso) Avatar não ter levado a maioria dos prêmios que fora indicado, no Oscar deste ano. Mais do que uma aventura futurística em um mundo distante, o filme de James Cameron abusou dos clichês e eu, na segunda vez que assisti ao filme, menos encantado com as maravilhas que a computação gráfica pode nos proporcionar, lembrei de pelo menos uma dúzia de filmes com o mesmo surrado enredo.
Se aquilo não é azul...
A direção do Internacional nega, mas antes de me considerar daltônico fiz uma pequena enquete entre alguns amigos e poucos afirmaram que o calção de treino do Colorado, que aparece em imagens no site do clube, não era azul. Aqui no DV todos concordaram que o uniforme tinha um tom azul marinho, bem escuro. Nada que lembrasse as cores do Grêmio. O Dickow até achou bacana, elogiou bastante.
Por isso uma dica aos colorados: sem neurose, gente! Sem neurose!
Maresia...
Está no site do jornalista Políbio Braga: lixo encontrado pela nova administração do DCE da UFRGS não é apenas ideológico, porque também foram identificados focos nutridos de lixo contábil e lixo seco de variadas naturezas.
No decorrer das obras atuais de recuperação da sede principal, o advogado do DCE da UFRGS, Regis Coimbra, foi chamado pelo pessoal da faxina, porque os operários encarregados de consertos no forro da sala da diretoria encontraram muita maconha. A droga foi retirada e entregue à Brigada Militar. As investigações começarão por oitivas da diretoria anterior, toda ela ligada ao PSOL. O líder anterior, Rodolfo Mohr, é CC da vereadora Fernanda Melchiona, do PSOL. Ele foi derrotado nas eleições do mês passado.
Piada ou verdade?
Em um concerto da banda U2 em Lisboa, Bono Vox pediu silêncio ao público e começou a bater palmas, e breves intervalos. Em seguida, olhando para o público que estava em silêncio, disse emocionado:
- Eu quero que vocês pensem bem nisso: a cada batida de minhas mãos, uma criança morre na África!
Então surgiu nas arquibancadas, num grito alto, uma voz lusitana:
- Então pára de batêire, ó filho d’uma égua!

Coluna publicada em 13 de março de 2010.